“Moana” e a obsessão da Disney com live-action.
Na última segunda-feira (03), a Walt Disney Studios anunciou pelas suas redes sociais que um live-action do aclamado filme “Moana” está em desenvolvimento e contará com a volta de Auli’i Cravalho e Dwayne Johnson reprisando seus papéis na animação de 2016. A novidade, no entanto, foi recebida de forma mista pelos internautas.
Desde “Alice no País das Maravilhas” (2010) e “Malévola” (2014) a Disney investiu fortemente em apresentar animações clássicas com uma nova roupagem para os cinemas, ao invés de continuações, a empresa focou em lançar live-action (filmes com atores reais) utilizando seu extenso catálogo para lucrar bilhões em bilheteria. A lista é extensa e conta com sucessos como A Bela e a Fera (2021), estrelado por Emma Watson, que rendeu mais que o dobro que a animação de 1991 aos cofres do estúdio.
Outros sucessos como Mulan, Aladdin, Cinderela e Dumbo também sofreram essa adaptação nos últimos 10 anos. Um caso emblemático foi a decisão de fazer um “live-action” (termo usado erroneamente nesse caso, pois não há humanos) de O Rei Leão que se tornou a maior bilheteria da história do estúdio, mesmo com as críticas por ser inferior ao produto original e a estranheza causada pelas expressões faciais dos animais.
A maior reclamação por parte do público é a falta de criatividade na hora de decidir os futuros lançamentos. Vivemos na era dos reboots, dos spin-off e das continuações, mas, apelar para a nostalgia e simplesmente copiar e colar o roteiro de um desenho animado e recriá-lo com atores famosos é preguiçoso e deixa claro que o único foco é o lucro e a venda de ingressos.
O problema se torna ainda mais visível quando percebemos que as últimas tentativas do estúdio de lançar um longa sem o apoio de uma animação prévia, foram fracassos. É o caso de dois filmes de 2018: “O Quebra Nozes e os Quatro Reinos” que causou um prejuízo de mais de 60 milhões de dólares e de “Uma Dobra no Tempo” que deixou um rombo superior a $130 milhões.
Por isso vemos cada vez mais produções como “A Pequena Sereia” que será lançado no próximo mês ou “Lilo & Stitch” que já revelou sua protagonista. A grande questão com Moana é que o filme não tem nem uma década de lançado, não deu tempo de sequer sentir falta da história.
A decisão inclusive contraria o discurso de Sean Bailey, na época presidente da Walt Disney Studios, em 2017 quando o mesmo afirmou que Frozen e outras animações recentes não receberiam live-action.
“Nós não estamos procurando refazer nenhum filme recente. É como quando você vê um show da sua banda favorita, você quer que eles toquem as coisas novas, mas ainda assim gostaria muito de ouvir as músicas clássicas, e nós estamos tentando balancear isso”
Sean Bailey para Vulture.
Quebrar a palavra não é uma novidade para a Disney, visto que recentemente “Toy Story 5” e “Divertida Mente 2” foram anunciados, apesar da declaração que a Pixar não pretendia mais lançar continuações e que focariam em histórias originais.
Uma grande rival do estúdio, a DreamWorks, também entrou nessa onda e recentemente divulgou que uma versão de carne e osso de “Como Treinar o Seu Dragão” está em produção. Isso leva a muitas perguntas como “onde isso vai parar?”, será que vamos ver uma versão computadorizada do Shrek algum dia? Será que já podemos fazer fancast para Anna e Elsa? Tudo é possível.
Falta de criatividade ou não, os live-action vieram para ficar. Antigamente, existia a reclamação de que algumas animações existiam apenas para merchandising, hoje em dia, pode se dizer que elas existem apenas para serem adaptadas alguns anos depois.
E você, o que acha disso tudo? Qual clássico da Disney ou de outro estúdio de animação você gostaria de ver receber uma perspectiva nova nas telonas?