RuPaul’s Drag Race: O reality LGBT que dominou o mundo

RuPaul’s Drag Race: O reality LGBT que dominou o mundo

RuPaul Charles, dono do hit “Supermodel (You Better Work)”, já havia se tornado uma lenda e superado diversas barreiras e preconceitos por ser um homem gay preto que se apresentava como drag queen, mas ao lançar em 2009 a primeira temporada de RuPaul’s Drag Race, ele dava um passo que mudaria não só a sua carreira, como o mundo drag.

A primeira temporada do programa contou com apenas nove participantes, um prêmio de 20 mil dólares para a vencedora e uma qualidade de filmagem tão baixa que precisavam jogar um filtro horrível para disfarçar. Já nesse ano, a ganhadora Sasha Colby levou para casa a bagatela de 200 mil, competiu com outras quinze em um show completamente diferente do que o de 2009.

A franquia Drag Race tem crescido a cada ano e se expandido para novos espaços. Embora quinze temporadas já seja uma conquista incrível para qualquer reality show, isso não foi suficiente para a magnitude desse programa.

VERSÕES E DERIVAÇÕES

Como resultado, a franquia lançou oito temporadas de RuPaul’s Drag Race: All Stars, em que as queens retornam para uma segunda ou terceira tentativa, além de versões internacionais em vários países, incluindo o Reino Unido, Canadá, Espanha, Tailândia e futuramente o Brasil.

Também foram criados spin-offs como Drag U e Secret Celebrity, que segue a mesma fórmula de The Masked Singer, documentários e um especial de Natal. Com tantos lançamentos nas últimas duas décadas, seria impossível listar todos sem levar horas.

Os frutos de todo esse trabalho não encheu apenas os bolsos de RuPaul, encheu também as estantes. De prêmios Emmy, o mais relevante da televisão, são seis de melhor apresentador de reality ou show competitivo e o programa conquistou, no geral, mais de vinte estatuetas.

RuPaul junto com algumas queens na abertura da RuPaul’s DragCon

Achou pouco? E se eu te contar que o programa cresceu tanto que ganhou uma convenção anual em 2018, e gerou mais de oito milhões de dólares de lucros, atraindo mais de 100 mil visitantes? E se engana quem pensa que o apelo do show atinge apenas o público gay, já que 40% do público do evento se identifica como heterossexual. Outra forma de ver de perto as participantes é indo aos shows em Las Vegas, “RuPaul’s Drag Race Live!“, porque, sim, a franquia tem uma residência em LA. Pois é.

WORLDWIDE DOMINATION

Agora, se queremos falar sobre como Drag Race dominou o mundo, é imprescindível citar o que dá alma a tudo: as queens. Mais de 150 participaram da versão americana e o número aumenta quando contamos com as versões internacionais e acredite, você pode não ter notado, mas elas estão em todo lugar.

Assistiu Glee ou Nasce Uma Estrela? A Shangela (2º/3º temporada) estava lá. Viu Love, Victor? A Katya (7º temporada) estava lá. Ah, aquela série de comédia 2 Broke Girls? A Chad Michaels (4º temporada)… bom, você já sabe o resto da frase.

Dá para encontrar queens em séries e filmes como Pose, Deus Me Adicionou, Dumplin’ e muitos outros, a lista é imensa. Além disso, recentemente foi anunciado que Shea Couleé (Ganhadora do All Stars 5) fará parte do elenco de Coração de Ferro, uma produção da Marvel que será lançada no Disney+.

Alaska, Willam e Courtney Act ao lado de Jade do Little Mix no clipe de “Power”

Quando entramos no mundo da música então tudo fica ainda maior. Se alguma vez na sua vida, você se deparou com uma drag queen no clipe de algum artista, pode apostar que ela participou da competição. Quer exemplos? Elas já trabalharam com cantores como Taylor Swift, Eminem, Little Mix, Rihanna e a própria RuPaul já participou de uma faixa da Miley Cyrus, “Cattitude”.

E SURGEM AS LENDAS

A visibilidade que uma performer ganha em Drag Race é imensa, apesar dos aspectos negativos como o contrato abusivo e o ódio de alguns telespectadores. Por isso, esse cenário se torna o sonho de milhares de artistas.

Podemos citar Trixie Mattel (Vencedora do All Stars 3) como uma queen que criou um império a partir do programa. Eliminada no quarto episódio da sua temporada original, tornou-se uma das mais queridas pelo público e é a participante mais seguida do programa no Instagram. Ela lançou álbuns, uma marca de cosméticos, cantou em diversos países, apresentou web séries e ainda dublou uma personagem em uma animação original Netflix.

O IMPACTO

Apesar desses exemplos, o legado do programa é impossível de colocar em palavras. Drag Race mostrou ao mundo que uma produção voltadas ao público LGBT tem força e capacidade de fazer tanto sucesso quanto qualquer outra. Muito mais do que uma competição, se tornou uma plataforma. Nela, artistas gays e trans podem contar suas experiências e inspirar milhares de jovens que se enxergam nas mesmas situações.

Eu fui discriminado por brancos por ser negro, por negros por ser gay, por gays por ser feminino demais. Mas eu os deixei me impedirem de conquistar o meu lugar? Não.“

RuPaul Charles

Lucas Martins

Nascido em 2002 na cidade do Rio de Janeiro, cresci com paixão pela literatura e pela música. Sou Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Unicarioca e futuro pedagogo pela UERJ. No meu tempo livre, gosto de assistir a filmes e acompanhar cada passo dado por Taylor Swift.

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