O Impacto de “The Eras Tour”, a maior turnê de Taylor Swift

O Impacto de “The Eras Tour”, a maior turnê de Taylor Swift
Taylor em apresentação da The Eras Tour

Taylor Swift começou sua carreira aos 16 anos, com o single “Tim McGraw” de 2006 e instantaneamente se transformou em uma aposta para a música country. Porém, sua primeira turnê aconteceu somente três anos depois, com a “Fearless Tour”, no seu segundo álbum.

Ela passou pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Austrália e Japão, já contando com grandes sucessos como “Love Story” e “You Belong With Me” na tracklist e com o recém-surgido Justin Bieber como um dos atos de abertura.

Com os novos discos, as apresentações foram crescendo. Em 2011, com a “Speak Now World Tour”, o número de países aumentou, com sete datas na Ásia e passagem em doze cidades europeias.

Com o álbum “Reputation”, ela deu um grande passo ao anunciar que iria fazer todos os shows em estádios. Com 53 concertos, lucrou mais de 300 milhões de dólares colocando a turnê como uma das maiores da história dentre as artistas femininas.

No entanto, mesmo tendo uma legião de fãs e uma carreira estável, ninguém poderia prever o estouro que sua próxima turnê pelo mundo iria gerar. Uma virada de chave ocorreu quando a “The Eras Tour” chegou, levando Swift para um patamar ainda maior.

LONGE DOS PALCOS

Não demorou muito para a loira dar continuidade aos seus lançamentos após o fim da “Reputation Stadium Tour”. Cinco meses depois do encerramento, já divulgava “Me!”, lead single do próximo álbum, “Lover”.

O desejo de Taylor com este álbum era tocar em festivais, mesmo que fosse preciso “criá-los” quando não houvesse nenhum no país. A “Lover Fest”, como foi batizada, viria ao Brasil em julho de 2020, em duas apresentações no Allianz Parque, mas foi cancelada devido à pandemia de Corona Vírus.

O isolamento social não estava nos planos de ninguém, e a suspenção dos shows foi um baque enorme para os fãs que esperavam ansiosamente por anos uma oportunidade de ouvir suas músicas favoritas ao vivo.

Apesar disso, a intérprete de “Shake It Off” chocou os fãs com o anúncio surpresa de um álbum novo naquele mesmo ano. E ela fez isso não uma, mas duas vezes, nascendo assim o “Folklore” e o “Evermore”, com letras mais maduras e melodias folk.

Além disso, nesse período ela ainda regravou dois de seus álbuns antigos: “Fearless” e “Red”, que juntos trouxeram quinze músicas novas. E para completar, lançou MAIS UM disco, dessa vez voltando ao pop, “Midnights”.

Imagem promocional do álbum “Midnights”

Tudo isso fez com que seu público ficasse com uma pulga atrás da orelha, querendo saber como ela conseguiria encaixar tantas faixas novas quando voltasse a se apresentar. A pergunta foi respondida com a divulgação de que a sua próxima turnês passaria por todas as suas eras, em uma celebração de sua carreira.

UMA LUTA POR INGRESSOS

Se você acompanhou as vendas de bilhetes para o show no Brasil, seja pelas redes sociais ou pelo jornal local, deve ter percebido que elas foram um evento por si só.

Mais de três milhões de pessoas ficaram na fila online em busca do tão sonhado ingresso. A música de Taylor, “The Great War” (A Grande Guerra, em português), foi usada na internet como referência para a dificuldade que foi conseguir comprá-lo.

Durante esses dias, houve críticas à transparência da T4F, empresa responsável pelas vendas, e muitas acusações de que eles compactuavam com cambistas, dificultando o acesso aos fãs reais. Nada foi provado em relação à Tickets For Fun, mas o deputado Celso Russumanno (Republicanos), conhecido pelo quadro “Patrulha do Consumidor”, esteve presente em uma das datas em que 30 pessoas foram presas, envolvidas na prática criminosa.

Os ingressos em sites clandestinos atingiram valores superiores a 20 mil reais. E caso você esteja pensando que isso só ocorreu no nosso país, está muito enganado.

Fila no Engenhão para compra de ingressos.

Nos Estados Unidos, uma confusão tão grande, ou até maior, aconteceu na pré-venda dos bilhetes para o show. O site da Ticketmaster registrou uma procura sem precedentes em busca da cantora, o que instabilizou o sistema do site e acabou ofertando mais vagas para a turnê do que era planejado, causando o cancelamento das vendas gerais.

O CEO da produtora de eventos Live Nation divulgou que o número de acessos esperado era de 1,5 milhões de pessoas, porém a realidade foi de 14 milhões. Segundo o mesmo, Taylor Swift conseguiria lotar 900 estádios sozinha com essa demanda.

A Ticketmaster pediu desculpas pelo ocorrido e abriu uma nova oportunidade para fãs verificados. Mesmo assim, fãs e parte da imprensa alegaram que eles agiram de má-fé e que estavam envolvidos em fraudes. O caso foi levado ao Congresso Americano para ser investigado.

MUITAS DATAS, MUITA GRANA

Pegando apenas os exemplos dos Estados Unidos e do Brasil, já dá para ter uma ideia de quão requisitada a americana se tornou. Todavia, a guerra para conseguir assisti-la se repetiu em outros países, como em Singapura, onde ocorreram 22 milhões de acessos no site de compra.

A “The Eras Tour” não é a maior turnê de Taylor somente em termos de duração, com mais de 40 músicas e 3 horas de show. Também é em datas e, futuramente, em arrecadação.

Para efeito de comparação, da última vez que ela entrou na estrada com suas apresentações após álbum Reputation, fez 53 shows no total. Dessa vez, na The Eras, 50 é apenas o número de apresentações para os EUA.

A revista Pollstar estimou que a média de lucros por show será de $13.6 MILHÕES, quebrando assim o recorde para uma artista feminina. Além disso, ela está caminhando para ter a turnê mais rentável de todos os tempos, superando lendas como Elton John e a banda U2. No entanto, vale lembrar que são apenas estimativas e que os números finais podem ser ainda mais impressionantes do que os previstos.

IMPULSO NOS STREAMS

Taylor nunca foi uma artista limitada a singles; seu forte sempre foram os álbuns. Fazer uma turnê que revisita desde seus primeiros lançamentos até os mais recentes foi uma sacada genial, proporcionando a oportunidade de novos fãs ouvirem canções que não eram performadas há anos e gerou um interesse em seu catálogo antigo.

Com os shows, os ouvintes mensais dela no Spotify aumentaram, assim como o número de reproduções diárias. Todos os seus álbuns voltaram para a parada americana, até mesmo seu debut autointitulado, que sequer possuí uma música na setlist atual.

Faixas como “Blank Space”, “Enchanted” e “Don’t Blame Me” subiram nas plataformas. Mas, o caso mais surpreendente veio com “Cruel Summer”.

Taylor Swift em performance de “Cruel Summer” na The Eras Tour

Cruel Summer sempre foi uma queridinha dos fãs. Na época em que foi divulgada, muitos queriam que fosse um single oficial do Lover, o que nunca aconteceu. Porém, graças a turnê, a música voltou aos holofotes de uma maneira tão poderosa que até mesmo Taylor precisou fazer algo a respeito.

A cantora confirmou que a música seria trabalhada agora, mesmo se tratando de uma canção de 2019. Foi enviada para as rádios, e o “verão cruel” da estadunidense garantiu a vice-liderança do Spotify Global, obtendo números maiores do que quando saiu originalmente.

Na última sexta-feira (07), “Speak Now”, de 2010, foi relançado e garantiu um novo recorde sendo o álbum com maior quantidade de primeiras posições nos iTunes pelo mundo, conseguindo chegar ao topo de 125 países. Na Apple Music, maior plataforma dos EUA, a faixa “Mine” pegou o 2° lugar, e no Spotify, o álbum fez um total de 126 milhões de streams, sendo sua segunda maior estreia até hoje.

Lucas Martins

Nascido em 2002 na cidade do Rio de Janeiro, cresci com paixão pela literatura e pela música. Sou Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Unicarioca e futuro pedagogo pela UERJ. No meu tempo livre, gosto de assistir a filmes e acompanhar cada passo dado por Taylor Swift.

5 thoughts on “O Impacto de “The Eras Tour”, a maior turnê de Taylor Swift

  1. Não sou fã da Taylor, mas ajudei dois amigos a comprarem o ingresso para os shows no Rio de Janeiro e Meu Deus!, que doideira foi aquela. Faz muito sentido a Taylor ser essa artista com records incríveis. Fora que, atualmente, nem todo cantor se preocupa em entregar álbuns ou então álbuns de qualidade, estão mais interessados nos hits e na quantidade de ouvintes, e a Taylor trouxe esses números como consequência de álbuns incríveis.

  2. também achei genial a sacada de fazer uma turnê pra todas as eras. a taylor é muito esforçada. mais de 3 horas de show não é pra qualquer um. e conseguir manter o público interessado deve ser mais difícil ainda. são eras distintas, de gêneros diferentes, com um público-alvo diverso pra cada uma. ela merece todo esse reconhecimento.

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