Anitta saturou? As razões que causaram o flop de “A Favela Love Story”
O EP “Funk Generation: A Favela Love Story” deu um gostinho do próximo disco da cantora Anitta, que define o projeto como o álbum que sempre quis fazer. No entanto, o baixo desempenho das três canções acionou um alerta vermelho para os fãs.
Já havíamos comentado sobre a estreia desastrosa de “Funk Rave”, mas o lançamento de “Casi Casi” e “Used To Be” conseguiu ser ainda pior. As faixas sequer conseguiram superar a marca de dez dias dentro do top 200 do Brasil no Spotify.
Artistas vivem de altos e baixos, é impossível que todo projeto de um cantor seja extremamente bem sucedido. Porém, tudo depende das expectativas do público.
Um álbum internacional de Anitta totalmente voltado para o funk é esperado há muito tempo. Além do mais, é a estreia dela na Republic Records, mesma gravadora de Ariana Grande e Post Malone, logo, o público aguardava por uma divulgação massiva e números altos.
Agora, o que causou esse desinteresse no público pelo trabalho da carioca? Não só para o público estrangeiro, mas também o de seu próprio país.
A OVERDOSE DE LANÇAMENTOS E FEATS
É muito comum na indústria musical o termo “comeback”; ele é usado para marcar a volta de um cantor depois de um período de pausa sem canções novas. Exemplos muitos famosos de comebacks são o “Blackout” (2007) da Britney Spears e o “Reputation” (2017) da Taylor Swift.
Essas pausas, que às vezes acontecem por motivos pessoais, geralmente existem para evitar uma possível saturação do artista. Os ouvintes precisam lembrar de você, mas não podem enjoar.
Anitta nunca teve um comeback, porque ela nunca parou. Desde sua explosão com “Show das Poderosas”, ela jamais ficou sem novidades. O problema é que o ritmo dos lançamentos foi aumentando cada vez mais e a plateia não teve um momento para respirar.
Em 2017, a funkeira teve um de seus melhores anos. Foi a época em que ela intensificou o ritmo de estreias e que começou a focar na exportação de sua música.
“Downtown”, “Loka” e “Você Partiu Meu Coração” dominaram as paradas. Não dá para dizer que as decisões naquele ano foram bem tomadas, mas era o começo do que se tornaria um problema no futuro.
Para exemplificar, criei o gráfico abaixo. Confira:
NÚMERO DE LANÇAMENTOS DE ANITTA POR ANO
Depois de 2016, nunca mais ela divulgou menos do que dez músicas em um ano. Já é incomum que um artista tenha cinco singles em um período de doze meses, Anitta atinge mais que o triplo disso.
Isso faz com que o público médio não se interesse tanto quando ela anuncia algo. Por que se importar se daqui a duas semanas ela vai vir com algo diferente?
No começo, a estratégia de firmar parceria com Deus e o mundo dava certo. “Switch” (2017) conquistou o 2º lugar no Spotify Brasil, sendo totalmente em inglês e sem clipe oficial. Agora, “Vai Vendo” (2023), um funk em português, por muito pouco não debutou fora do top 100.
Houve uma época que até os “flops” da interprete eram bem sucedidos e chegavam ao topo das paradas. Atualmente, os fãs erguem as mãos para o céu com uma vigésima colocação.
FALTA DIVULGAÇÃO?
Sabemos que na era dos streamings nada impacta mais o desempenho de uma música do que sua inserção em playlists. A ex-moradora de Honório Gurgel justificou que, por fazer um ritmo diferente, é complicado para que “A Favela Love Story” consiga ser inserida em alguma playlist internacional.
Todavia, isso não impediria dela se apresentar em programas fora do país, certo? Já que, tirando a prévia de “Funk Rave” exibida na abertura da Champions League, todas as apresentações dos singles até agora foram no Brasil.
Como uma música vai crescer no exterior se sua maior visibilidade for no “Caldeirão com Mion”?
Essa apresentação de “Funk Rave”, por sinal, pode não ter sido a melhor estratégia da equipe da intérprete. Imagina ter um público de mais de meio bilhão de pessoas em 200 países diferentes te assistindo e performar uma faixa que não está disponível para ser ouvida naquele momento?
Quem gostou e foi atrás, deparou-se com a noticia de que aquela canção só ficaria disponível duas semanas depois. Você acha que elas lembraram de conferir quando finalmente entrou para as plataformas? Tenho minhas dúvidas.
EVERBODY HATES CHRIS ANITTA
Não dá deixar de incluir as polêmicas aqui. O povo brasileiro é esquecido, mas vira e mexe lembram de odiar a Anitta.
A cantora é cancelada na internet desde antes desse termo surgir. A atacaram na época de “Show das Poderosas” e passaram a amar em “Checkmate”, criticaram-na demais nas eleições de 2018 e no lançamento de “Kisses”, mas se uniram para colocá-la no topo com “Envolver”.
O que digo aqui não é que a poderosa não mereça várias das críticas que recebe, e sim que a opinião pública muda constantemente quando ela é o assunto. E estamos em uma fase onde sua imagem não está das melhores.
Há quem diga que ela mancha a reputação do Brasil, retratando o país de uma maneira estereotipada. Outros se incomodam quando ela se intitula como “pioneira” ou como alguém que pavimentou o caminho para os outros.
Isso cria um ranço generalizado que, somado aos outros fatores citados anteriormente, contribuí para que seu novo protejo não engaje. Resta saber se as próximas canções de trabalho do “Funk Generation” vão vingar ou se o flop continuará.
E vocês, o que acham disso tudo? Gostaram dos três singles liberados até agora do próximo álbum da morena? Deixem nos comentários!
Eu acho que o trabalho dela não está sendo bem divulgado. Tem músicas que eu nem fazia ideia de que foram lançadas e só conheço meses depois, quando viraliza em algum conteúdo na web. A gravadora deveria investir em uma ampla divulgação pra uma artista do porte da Anitta.
A divulgação realmente deixa a desejar, Lara. Estar no VMA, por exemplo, é incrível, mas pontual. Precisa de algo mais constante.