Inteligência artificial, arte e direitos autorais: um debate complicado

Inteligência artificial, arte e direitos autorais: um debate complicado
Logo da "Open AI" e "Chat GPT" (Imagem: Folha de São Paulo)

As discussões a respeito da inteligência artificial, seus benefícios e as preocupações dos especialistas sobre o futuro da tecnologia estão em alta nos jornais e na internet de todo o mundo. Programas conhecidos, como o “ChatGPT”, foram banidos de diversos países.

O renomado escritor George RR Martin, conhecido pelas obras que geraram as séries “Guerra dos Tronos” e “A Casa do Dragão”, entrou com um processo contra a OpenAI, empresa do ChatGPT, por direitos autorais.

A ação jurídica conta com um esboço não autorizado de um prelúdio para a principal saga do autor americano. Intitulado “A Dawn of Direwolves” (Um Amanhecer de Lobos Gigantes), o texto utilizava personagens e conceitos criados por Martin.

A mente por trás de Jon Snow e Daenerys Targaryen não está sozinha nessa. Pelo contrário, pelo menos mais 17 autores, juntamente com o Sindicato dos Autores, estão unidos contra a IA.

Além disso, o Sindicato dos Roteiristas está em greve desde julho, buscando melhorias para a profissão. Uma das principais reivindicações é restringir o uso de inteligência artificial na criação e supervisão de roteiros.

Utilizar essa novidade não somente coloca em risco o emprego de milhares de pessoas em risco, mas também a credibilidade e criatividade das futuras produções.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É CAPAZ DE CRIAR?

Se você acessar o ChatGPT agora e pedir a ele que componha uma música sobre um assunto específico, por exemplo, ele fará isso. Então, você poderia pensar que está tudo ótimo e que o aplicativo criou uma canção. Errado.

E por quê? Bom, uma inteligência artificial é incapaz de criar algo do zero, algo que seja totalmente original. Ela formula algo baseado em todas as milhões de informações e repertório que ela armazena consigo.

O problema disso é que não é possível averiguar quais foram as referências usadas, logo é impossível creditar qualquer ser humano. Desta forma, ao aderir ao uso da IA, você está nada mais, nada menos, que roubando o trabalho de outras pessoas.

Caso eu pegue um texto de um artista como base para vender algo como meu, somente alterando determinadas coisas, seria processado por tal atitude. Logo, por que um robô deveria sair em pune?

UMA QUESTÃO DE ÉTICA

A abertura de “Invasão Secreta”, série disponível no Disney+, foi feita com o auxílio de IA. Muitos veem isso como um avanço digital, não deixa de ser, porém, além de todas as questões citadas, ficou bem feio.

A polêmica da abertura foi o maior destaque da série nas redes sociais.

É possível encontrar atualmente livros, ilustrações entre outros na internet para compra que assumem que foram feitas com inteligência artificial. Todavia, o que impede a publicação de obras cujo os vendedores apenas finjam a responsabilidade pela criação?

Claro, sempre existiram “ghostwriters” (escritores fantasmas, que não recebem os créditos), mas ocorre em comum acordo entre ambas as partes e quem escreveu de verdade, lucra. O problema atual é que a mente humana não está sendo reconhecida, é literalmente roubo e não conseguimos sequer saber quem está sendo roubado na maioria dos casos.

O que você pensa sobre tudo isso? Acha que George e os sindicatos estão certos? Deixe um comentário!

Lucas Martins

Nascido em 2002 na cidade do Rio de Janeiro, cresci com paixão pela literatura e pela música. Sou Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Unicarioca e futuro pedagogo pela UERJ. No meu tempo livre, gosto de assistir a filmes e acompanhar cada passo dado por Taylor Swift.

2 thoughts on “Inteligência artificial, arte e direitos autorais: um debate complicado

  1. Este é um artigo necessário. Precisamos mostrar que a Inteligência Artificial é uma sabotagem que o ser humano está fazendo contra si mesmo.

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