Grey’s Anatomy ainda tem força para novos episódios?

Grey’s Anatomy, o drama médico mais relevante deste século, teve que enfrentar uma difícil realidade na sua décima nona temporada: a perda de sua protagonista.

Com seus mais de 420 episódios, a produção já resistiu à saída de vários dos atores, incluindo quase todo o elenco inicial da trama. No entanto, era quase impossível imaginar que a falta Ellen Pompeo, que dá vida a Doutora Grey, poderia ser suprida.

A maioria dos telespectadores já abandonou a série a essa altura. Com seus altos e baixos, é difícil prender o público e continuar criando enredos que cativem depois de quase vinte anos.

A décima nona temporada, porém, trouxe um frescor que Grey’s implorava há tempos e mostrou que apesar de Meredith não estar mais no elenco regular, a série ainda tem muito potencial.

UM FRESCOR REVIGORANTE

A divulgação da nova fase do show usava o slogan “Começar de novo” e foi o que fizeram. Um dos maiores defeitos recentes da obra criada por Shonda Rhimes era a falta de novos rostos trazendo possibilidades de tramas criativas.

O elenco principal que, além de Meredith, conta com nomes como Owen (Kevin McKidd), Amelia (Caterina Scorsone) e Bailey (Chandra Wilson), estava envelhecendo. Por isso, as adições que ocorriam eram de atores na mesma faixa, para dar margem para interesses românticos e semelhantes.

O problema, todavia, era que o público sentia falta de enredos com médicos novos, inexperientes e com aquela paixão de quem está no auge da vida. Precisávamos disso.

Dessa forma, os cinco novos internos foram adições incríveis para o roteiro. Apesar da reciclagem de plots, como uma familiar com Alzheimer e o drama de ficar na sombra de familiares talentosos, eles são a maior esperança da produção.

Além disso, eles remetem demais à dinâmica que Grey’s Anatomy tinha nos primeiros episódios. Para quem deixou a série de lado com o fim de “MAGIC”, talvez esse seja o momento para voltar.

QUESTÕES DA VIDA REAL

É verdade que o seriado da ABC não lidou com a pandemia da forma mais interessante possível. Ao invés de abordar cenários da maior crise médica da história, preferiram trazer os personagens antigos de volta em sonhos de Meredith e renderam um longo “será que ela vai morrer?”, que sabíamos a resposta desde o início.

No entanto, a questão do aborto está sendo muito bem explorada e é um trunfo atual do show. Para quem não sabe, as leis referentes ao direito a interromper a gravidez nos EUA mudaram, e agora o ato é proibido em quatorze estados.

Isso não só afeta milhões de pessoas, como a medicina em si. Os profissionais podem ter sua educação prejudicada e a o bem-estar dos pacientes entra em risco.

Grey’s decidiu não só apresentar o problema, como criar uma trama eletrizante em torno. As médicas e o hospital são alvos de extremistas e perseguidores, chegando ao ponto de suas famílias e suas vidas serem ameaçadas.

Independente da opinião que você tenha em torno do tópico, é algo que vai lhe deixar ansioso para dar play no próximo capítulo assim que um termina.

LONGE DA PERFEIÇÃO

Mesmo com meus elogios, não tento passar aqui a imagem de que a série está em seu auge. Muito pelo contrário, ela se recupera do que foi seu pior momento.

Após a morte de Derek e a saída de nomes importantes como April, Arizona e Callie, parece que os roteiristas se perderam. Presenciamos casais extremamente forçados, personagens que pareciam estar fazendo hora extra e casos médicos desinteressantes.

Por isso, a décima nona temporada me deixou muito feliz. Ela trouxe de volta a graça em assistir o que já foi um dos meus programas favoritos e deu esperança para o futuro.

Grey’s Anatomy foi renovada para a vigésima temporada que deve estrear no próximo ano. Será muito difícil recuperar aqueles que largaram o show pelo caminho, mas fica a minha recomendação para que deem uma segunda chance.

Quero saber de vocês, compartilham da minha opinião, ou acreditam que já deu o que tinha para dar? Comentem!