Drag Race Brasil: Quem merece vencer a primeira temporada?
A temporada de estreia de Drag Race Brasil pode ser considerada um grande sucesso e logo iremos descobrir quem receberá a coroa e o título de primeira vencedora da competição. O programa, que contava com doze participantes, agora possui quatro finalistas.
Organzza, Betina Polaroid, Hellena Malditta e Miranda Lebrão são os nomes que conseguiram chegar até o último episódio. Hoje, iremos analisar qual delas merece mais vencer e tentar adivinhar quem de fato levará o prêmio.
Serão três critérios. O primeiro será a trajetória das queens na competição, ou seja, quem arrebatou mais momentos no bottom ou no top de cada semana. Porém, como as decisões dos jurados nem sempre agradam o público, iremos verificar como ficaria a situação caso fosse julgado de forma “justa”. Por último, qual delas detém o melhor enredo e justificativa para ganhar.
QUEM TEVE O MELHOR DESEMPENHO?
Para melhor entendimento, criamos esta tabela com todas as informações sobre as concorrentes durante o show. Podemos ver, por exemplo, que nenhuma integrante do top 4 precisou dublar mais do que uma vez, o que mostra a força delas.
Criamos uma contagem em que cada vitória equivale a 5 pontos, cada vez entre as melhores equivale a 4, vezes salvas, 3; entre as piores, 2; e cada vez que sobrevive à dublagem, um ponto. Além disso, a participação em cada mini desafio contabiliza um ponto. Lembrando que este sistema de pontos é apenas ilustrativo e foi criado por fãs da franquia, não sendo algo oficial de Drag Race.
Dessa forma, as pontuações ficam:
- Organzza (34 pontos)
- Miranda Lebrão (32 pontos)
- Hellena Malditta (31 pontos) *menos mini desafios contando como desempate
- Betina Polaroid (31 pontos)
Sendo assim, a primeira categoria é com folga da carioca “máquina de fazer drag”.
Vale a pena também perceber a crescente de Betina durante as semanas. Ela quase foi eliminada no começo, mas só foi evoluindo com o passar do tempo. Aliás, ela quebrou até recorde ao conseguir uma posição igual ou melhor durante oito episódios consecutivos.
O fato virou meme, remetendo à campanha eleitoral de Simone Tebet (MDB), que afirmava que ela “não parava de subir nas pesquisas” da última corrida presidencial.
E SE O JULGAMENTO FOSSE JUSTO?
É comum em Drag Race que os telespectadores discordem das decisões que são tomadas nas deliberações. Por outro lado, é impossível agradar a todos, e a definição de “justo” varia de pessoa para pessoa.
Dessa maneira, nessa categoria, iremos levar em consideração as opiniões mais comuns que circularam nas redes sociais durante os últimos meses. Por exemplo, muitos concordam que Miranda deveria ter conquistado seu primeiro broche no desafio de atuação, ao mesmo tempo em que há um consenso de que ela não mereceu no challenge do look preto e branco.
Dito isso, segue o gráfico com as mudanças:
Primeiro/Segundo episódio: Julgamento deveria ser de forma individual, dessa forma não há time vencedor ou perdedor e cada queen recebe críticas pelo próprio desempenho. O top ficaria com Naza, Organzza e Shannon com a última levando o broche. Logo, o bottom também muda com Miranda e Betina salvas.
Terceiro episódio: Hellena e Betina ficam ambas salvas.
Quarto episódio: Miranda passa para o top.
Quinto episódio: Nada muda.
Sexto episódio: Nada muda.
Sétimo episódio: A vencedora é a Betina e Miranda fica entre as melhores.
Oitavo episódio: Miranda Lebrão vai para a dublagem, enquanto Hellena fica apenas entre as piores.
Nono episódio: Lebrão e Malditta trocam de lugar. Miranda passa a ser bottom e Hellena top.
Décimo episódio: Hellena ganha o desafio e Organzza fica apenas no top.
Sendo assim, concordando com a maior parte do fandom, o ranking da segunda categoria fica:
- Betina Polaroid (35 pontos)
- Hellena Malditta (33 pontos)
- Organzza (32 pontos)
- Miranda Lebrão (29 pontos)
Aqui fica muito claro como o público discordou de várias escolhas do painel comandado por Greg. Apesar de ter demorado bastante para se destacar, Betina manteve consistência na competição, o que a coloca na primeira posição.
QUEM TEM A MELHOR NARRATIVA?
O talento deveria ser o fator decisivo para uma coroação; no entanto, Drag Race continua sendo um programa de TV, logo, ele é pensado e idealizado como tal. A narrativa da queen é muito mais relevante do que o track record ou o número de vitórias.
E o que significa “narrativa” nesse caso? Bom, é o enredo, a história da participante durante o reality, o que justifica sua torcida e uma possível vitória.
Por exemplo, para quem assiste à versão estadunidense da franquia: A história de Shea no All Stars 5 era muito clara; ela era a drag favorita em sua temporada original e perdeu por conta de uma dublagem, porém foi a maior forte com incríveis quatro vitórias. Portanto, quando chegou em sua segunda chance, a narrativa era sólida; ela foi pegar o que era dela por direito.
Um dos contos preferidos da produção do sucesso comandado por RuPaul é o de subestimada que supera todas as que a criticam. O caso mais memorável é o de Jinkx Monsoon, da quinta temporada, que foi duramente julgada pelas outras finalistas, mas mostrou que o “patinho feio” na verdade era um cisne.
Essa trama encaixaria perfeitamente com Naza ou até mesmo com Dallas; todavia, nenhuma das finalistas se encaixa nesse formato. No entanto, a maioria delas está do lado oposto.
Muitos que assistiram à competição consideraram Organzza, Hellena e Miranda como “meninas malvadas”. Juntas, elas viraram até meme por julgar mais do que os jurados. Isso não tira delas a chance de vencer, mas culminou em um pouco de desgosto por parte dos fãs.
QUEM DEVE VENCER?
Lebrão provavelmente está fora do páreo. Apesar de possuir um ótimo histórico, ela demonstrou muita amargura no final da temporada, perdendo bastante torcida. Não somente isso, ela também está escalada para o elenco do “Global All Stars”, que reunirá queens que perderam ao redor do mundo.
O maior crescimento durante a temporada foi de Betina; todavia, a demora para seu reconhecimento pode custar o prêmio. Seu maior trunfo, por outro lado, é a aceitação do público.
Em enquetes de duas das principais contas de fãs no Twitter, a dona do estúdio mais cobiçado do Brasil ganha com folga. São 49% em uma e 59% na outra.
Diferente dela, Hellena e Organzza lidam com um grande problema: a quantidade de haters. Principalmente a carioca, que recebeu apelidos como “Arroganza” e “Cotanzza”, pois, supostamente, é favorecida pelos jurados.
Infelizmente, isso levou a uma série de comentários sorofóbicos e racistas. Não há problema em desgostar de qualquer uma das quatro, porém é triste que ainda lidemos com tanta maldade em um programa que deveria ser inclusivo.
Organzza, por motivos citados anteriormente, recebe a maior onda de ódio, lidando até com vaias em um evento. Talvez muitos pensem que isso impediria a sua vitória, mas justamente o ponto fraco de sua trajetória pode ser um grande aliado.
Mesmo que não seja a favorita atualmente, vencer depois de passar por tantas situações desagradáveis seria um exemplo de superação e passaria para o telespectador uma mensagem positiva. Sem contar que há uma justificativa para sua vitória, tendo em vista que ela é a participante com mais broches.
Por esta razão, a maior probabilidade de ser coroada é de Organzza, com Betina Polaroid, a favorita do fandom, na cola. Lembrando que há quatro versões diferentes filmadas, uma em que cada drag recebe o prêmio. Tudo pode acontecer!
A final do Drag Race Brasil ocorrerá no dia 15 de novembro no Paramount+, com uma reprise no dia seguinte, na MTV. Deixe nos comentários para quem vai a sua torcida!