Sem Sandy, Junior tenta voo solo. Deu certo?
Existem muitos homens chamados de “Junior” pelo Brasil, mas é só dizer “o da Sandy” que automaticamente todos já entendem sobre qual você está falando. A carreira do paulistano ao lado da irmã começou no fim dos anos 80, e essa parceria os tornou um dos maiores nomes da música nacional. Agora, ele dá os primeiros passos em uma carreira solo.
O cantor não foi nada sutil ao batizar o projeto de “solo”, que chegou as plataformas com dez músicas marcando o primeiro volume da nova empreitada. A segunda parte está prevista para o ano que vem.
“Eu acho que, ao longo desse processo todo, eu acabei vencendo várias barreiras que eu tinha, inclusive como cantor. Eu encaro como um ato de coragem, sabe? Fazer isso”.
Junior em entrevista ao Fantástico.
A primeira parte do álbum segue um mesmo estilo de letras introspectivas que levam um ritmo lento, até explodires nos refrãos. Pode até parecer repetitivo para quem ouve em ordem, pois são umas quatro seguidas, mas lembra bastante o que tem surgido no pop independente do país e são hits em potencial.
As coisas se tornam mais diferentes quando “f*da-se” começa. Ela é a faixa mais distante do resto disco e consiste basicamente em um discurso do artista sobre os muitos significados que o xingamento pode carregar. Em determinado momento, a palavra é repetida várias vezes, e consigo visualizar os fãs gritando a plenos pulmões nos shows. No entanto, apesar da mensagem ser interessante, é uma das minhas menos favoritas.
Canções como “gatilho”, “ninguém é santo”, assim como muitas outras, soam como algo que poderia estar incluído em “Super”, do Jão, tanto liricamente e melodicamente. O interessante nisso é perceber como a nova geração pode aproveitar tanto a obra quanto quem era fã do ex-cunhado do Lucas Lima na década de 90.
“Me encontrar / Me afogar / Sem pensar / Me entregar / É tão estranho / Mas ninguém é santo”
Trecho de “ninguém é santo”.
Nas redes sociais, fãs deram apoio e aclamaram o lançamento do muso.
Por outro lado, tiveram aqueles que não gostaram. Um internauta chegou a dizer que o CD parecia “uma piada ruim”.
No geral, “solo” demonstra uma capacidade enorme de Junior como solista. Acredito que, com o investimento certo e com um bom direcionamento, ele pode chegar aos topos das paradas.
Com o cenário fraco do pop brasileiro atual, principalmente em artistas masculinos, ele chega como um frescor apesar de todo o tempo de carreira. Logo, respondendo a pergunta do título, deu muito certo.
E você, já deu seu play? Comente aqui embaixo a sua favorita!
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