Ludmilla: Os altos e baixos da carreira

Ludmilla: Os altos e baixos da carreira

Ludmilla é conhecida por saber dar uma festa; logo, não é surpresa para ninguém que a comemoração dos seus dez anos de carreira seria grande. “Ludmilla In The House” irá passar por todo o Brasil em 2024 e foi descrito como uma super turnê que não deixará nada a desejar para os shows internacionais.

Com uma década de história, seria muito difícil citar todas as canções lançadas pela funkeira. Por isso, decidimos focar nos pontos mais altos e nos mais baixos de sua trajetória. Afinal de contas, são os grandes sucessos e os erros cometidos que marcam nossa vida e que nos ajudam a crescer.

1. CHEGUEI

Em 2017, a cantora já era um dos maiores nomes da música nacional, mas foi com “Cheguei” que ela entrou em outro patamar. Se singles como “24 Horas por Dia” e “Não Quero Mais” já haviam mostrado a versatilidade da caxiense, foi com essa faixa que ela mostrou que poderia ser uma verdadeira diva pop.

“Cheguei” é, sem dúvidas, uma das coisas mais memoráveis que Ludmilla já lançou, tendo recebido certificado de diamante no Brasil e platina em Portugal. O clipe, recheado de influenciadores, até hoje é o seu mais visualizado, com quase 300 milhões de reproduções.

2. Lud Session

Pensa em uma coisa simples, mas eficaz: é o Lud Session. Mais um daqueles projetos que só vimos nascer graças à pandemia, consiste na esposa da dançarina Brunna Gonçalves ao lado de convidados cantando versões acústicas das músicas de ambos.

A primeira edição foi ao lado de Xamã, com quem ela havia lançado “Gato Siamês”. No entanto, a edição mais bombada foi com Glória Groove. Ludmilla chegou a apresentar a faixa completa no Rock in Rio devido ao sucesso e, posteriormente, fez uma versão ao vivo no Numanice.

A esperteza do Lud Session consiste na facilidade com que pode ser executado. Além disso, ajuda a popularizar músicas da artista que não recebiam tanta atenção, como “Modo Avião” ou “Tudo Porque Você Mentiu”. É esperto também quando ela anuncia perto de um feat, como foi o caso com Luísa Sonza, onde as duas estavam trabalhando juntas em “CAFÉ DA MANHÃ ;P”

Ludsession com Glória Groove.

3. NUMANICE

Ok, não dá para falar dos ápices da Rainha da Favela sem mencionar o projeto que revolucionou sua carreira. Admito que fui um dos que ficou incerto com a decisão de Ludmilla de lançar algo focado no pagode, uma vez que a transição para outro gênero musical é sempre difícil. No entanto, foi justamente esse risco que a levou para outro patamar.

Além de ótimos resultados comerciais como “Insônia” e “Amor Difícil”, o “Numanice” rendeu prêmios nacionais e internacionais. “Maldivas”, por exemplo, levou o Prêmio Multishow em 2022 na categoria “Hit do Ano”, e a mesma música também recebeu indicação no Melhores do Ano da Globo.

É claro, porém, que a maior honra recebida pelo projeto foi a vitória de Numanice 2 como “Melhor Álbum de Samba ou Pagode” no Grammy Latino 2022. Um troféu da premiação mais relevante da América Latina seria muito mais difícil de conquistar no funk ou no pop. Logo, a versatilidade de Ludmilla a ajudou nesse passo importante.

Além de tudo, os shows do Numanice também são um caso absoluto de sucesso. Os ingressos são vendidos como água, e a performance da pagodeira é sempre elogiada.

Medley de Ludmilla – Numanice ao Vivo.

Menções honrosas:

  • Rainha da Favela (single)
  • Hello Mundo (DVD)

1. Cobra Venenosa

Começando pela parte negativa, não dá para ser diferente. “Cobra Venenosa” é, por falta de uma palavra melhor, vergonhosa.

Parte da confusão com a cantora Anitta começou em 2019, por conta dos créditos de “Onda Diferente”. Essa música foi a tentativa de Ludmilla de criar um grande alvoroço em cima da situação. Infelizmente, ou felizmente, dependendo do seu ponto de vista, ninguém deu muita atenção.

A letra da música era uma alfinetada para a cantora de “Envolver”, num nível de quinta série, e continha uma sósia no clipe oficial. O vídeo amargou menos de 20 milhões de visualizações após 3 anos, e a opinião geral do público foi que tudo relacionado a esse lançamento foi infantil e que é melhor deixar cair no esquecimento.

Clipe oficial de “Cobra Venenosa”.

2. BACK TO BE

Talvez se você nem saiba do que se trata “Back To Be”. Lançado em 2022, foi uma “volta as origens” da MC Beyoncé, enquanto ia para um lado internacionalizado com versos em inglês.

Sim, se você se pensou “Ué, mas a Ludmilla não fala inglês.” você está certo. Daí você já vê um dos principais problemas desse projeto. Porém, o maior defeito aqui é a qualidade das músicas.

Eu definitivamente não recomendo para ninguém ouvir, é como se uma das maiores artistas de funk tivesse desaprendido a fazer músicas do ritmo. É uma pior que outra e a a única que salva é “Down Down Down” que entra naquela categoria “é tão ruim que fica bom”.

“Diamonds on me / Time is money / This ain’t for free, baby / Baby down, down, down, down, down, down / Thank you God”

Trecho de “Down Down Down”.

Das 6 músicas presentes no EP, 3 não alcançaram sequer a marca de 1 milhão de reproduções.

3. Remixes Internacionais

Sabemos que a união Brasil + mundo pode dar muito certo. Em “No Se Ve”, Ludmilla brilhou cantando em português em uma faixa hispânica de uma cantora argentina. No entanto, nem sempre as escolhas são bem feitas e às vezes remixes duvidosos ocorrem.

Dois exemplos na carreira de Ludmilla são “Verdinha” e “I’m Good”. A primeira foi uma versão de sua própria música com a participação de Nicky Jam e Topo La Maskara. Já a segunda foi uma versão do hit de David Guetta voltada para o nosso país.

Nos dois casos, a intenção era aumentar o público das canções que já eram sucessos, mas, posso ser sincero? Ninguém escuta ou gosta dessas versões.

Tudo o que elas geram é uma falsa sensação de internacionalização do trabalho ou talvez algum meme. Além disso, é claro, ver a brasileira comemorando a nonagésima colocação em alguma playlist gringa do Spotify.

https://www.youtube.com/watch?v=5q0lv3TPl9Y&pp=ygUWaW0gZ29vZCByZW1peCBsdWRtaWxsYQ%3D%3D
Áudio de “I’m Good (2023 version)”.

Menção honrosa:

  • Vilã (álbum)

Concorda com os itens que foram citados durante o texto? Para você, qual foi o maior acerto e o maior erro nesses 10 anos de estrada da cantora? Comente!

Lucas Martins

Nascido em 2002 na cidade do Rio de Janeiro, cresci com paixão pela literatura e pela música. Sou Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Unicarioca e futuro pedagogo pela UERJ. No meu tempo livre, gosto de assistir a filmes e acompanhar cada passo dado por Taylor Swift.

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