“O Dublê” é exagerado demais e isso é ótimo!
No último ano, o mundo acompanhou uma situação importantíssima em Hollywood: a paralisação dos roteiristas em busca de seus direitos. A greve, que durou mais de quatro meses, afetou centenas de produções. O ocorrido foi essencial para reforçar a importância daqueles que trabalham por trás das câmera e demonstrar como a indústria do entretenimento não funciona sem essas pessoas.
No entanto, pouco se fala sobre uma parte relevante do cinema que, embora apareça na grande tela, recebe menos reconhecimento do que deveria: a equipe de dublês. Sem essa galera filmes de super-heróis e blockbusters de guerra, por exemplo, não seriam possíveis.
É a partir dessa premissa que “O Dublê” (The Fall Guy) surge como uma carta de amor para essa profissão. O diretor e produtor do filme, David Leitch (“Deadpool 2” e “Trem-Bala”) costumava trabalhar como dublê, logo fica perceptível seu carinho por esse projeto.
No longa, Colt Seavers (Ryan Gosling) é o dublê de Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson), um egocêntrico e renomado ator de ação. Ele ama seu emprego e ama trabalhar com Jody Moreno (Emily Blunt), sua paquera nos bastidores. Após um grave acidente, Colt decide se aposentar, mas tudo muda quando descobre que Jody, que irá dirigir seu primeiro filme, pediu para que ele voltasse à ativa. Ao chegar no estúdio, o dublê descobre que o astro desapareceu repentinamente. Assim, ele começa uma busca pelo homem, enquanto tenta reatar o romance com sua colega.
UMA AVENTURA PARA TODOS OS PÚBLICOS
Sabe aquele tipo de casal que tem gostos bem distintos e nunca conseguem decidir o que assistir? Bom, acredito que “O Dublê” seja uma ótima pedida para eles. A história navega por vários gêneros, indo do mistério até o romance, com grandes cenas de ação, porém com muito humor.
Claro que consigo imaginar pessoas assistindo e revirando os olhos, argumentando que é “bobo demais”, porém a intenção do filme nunca foi se levar a sério. É como uma junção de “Em Ritmo de Fuga” com “Todos Menos Você”. Para uma obra que tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo, é surpreendente que consiga ser competente em todos esses aspectos.
Ryan Gosling (“Barbie”) é completamente adorável e tem um ótimo timing cômico. Não é à toa que, apesar de não ter uma aparência “típica” de galã, tenha conseguido tanto êxito em sua carreira. Emily Blunt (“Oppenheimer”) não fica para trás, entregando uma performance tão boa quanto.
A parceria dos dois é interessante, visto que ambos estrelaram os maiores sucessos do último ano. É bem provável que “O Dublê” não faça tanto dinheiro quanto o longa da boneca da Mattel, e nem receba a mesma quantidade de prêmios que a história da criação da bomba atômica, mas é bom o suficiente para ser “o filme do verão” (apesar de estar sendo lançado na primavera americana).
DUAS HORAS ELETRIZANTES
O tempo de duração talvez seja um ponto negativo aqui; as mais de duas horas são um pouco desnecessárias e dava para enxugar algumas cenas para melhorar o ritmo. Todavia, isso não será um problema para aqueles que gostam de adrenalina.
É óbvio que um filme sobre dublês precisaria de muitas cenas radicais, explosões e lutas emocionantes. Ninguém pode reclamar sobre este aspecto do filme. A direção de arte e a equipe de efeitos visuais também estão de parabéns, entregando momentos criativos e visualmente lindos, que diferem “O Dublê” de conteúdos genéricos da indústria.
Por mais que não seja o produto mais inovador dos Estados Unidos, dá para ver que foi colocado amor e dedicação na obra. Em meio há tantos projetos ruins surgindo recentemente, só isso já vale o ingresso.
“O Dublê” chega aos cinemas brasileiros em 02 de maio. Está ansioso para assistir? Deixe nos comentários!
NOTA |
Já estava curioso pra ver o filme, a crítica só me fez ter mais vontade. Me parece muito aqueles filmes que você assiste pra não pensar em nada, e apenas se entreter, e filmes assim, infelizmente não são valorizados.
Já estava curioso pra ver o filme, a crítica só me fez ter mais vontade. Me parece muito aqueles filmes que você assiste pra não pensar em nada, e apenas se entreter, e filmes assim, infelizmente não são valorizados.
Infelizmente não foi mesmo valorizado e o filme depois de duas semanas em cartaz já foi para aluguel digital.