“Amigos Imaginários” deixa um gostinho de ‘quero mais’ que dá raiva
Com direção e roteiro de Jhon Krasinski (The Office e Um Lugar Silencioso), Amigos Imaginários faz você dar muitos pulinhos de alegria enquanto assiste. Seja pela fofura dos ‘Migues’, como são chamados os amigos imaginários, ou pelos momentos de reflexão e aprendizado da protagonista.
Cailey Fleming conhecida por sua atuação na série The Walking Dead, interpreta Bea, uma jovem que está beirando a pré-adolescência. Marcada pela morte repentina de sua mãe, ela se vê angustiada com a chance de ficar órfã ao descobrir que seu pai precisa de uma operação delicada no coração. Enquanto ele está no hospital, Bea fica hospedada com sua avó, interpretada por Fiona Shaw. O que ela não esperava era que voltar à casa dela lhe faria retomar inúmeras lembranças de sua infância, quando não tinha que se preocupar com a realidade das perdas da vida adulta.
O DOM DE IMAGINAR
Somos convidados a conhecer uma história que de certa forma é familiar a todos nós, relembrar de pequenos momentos em que muitas das vezes esquecemos com facilidade. Como por exemplo, um dia em ficamos desenhando com tanto carinho e depois entregamos aquela ‘obra de arte’ de presente para os nossos pais. E com uma maestria sem igual, o filme nos leva questionar se realmente é possível se esquecer dar coisas que amamos.
Certamente você deve estar se perguntando o porquê de Jhon Krasinski querer retratar isso com ‘Amigos Imaginários’. E é aí que entra o seu talento como roteirista e diretor. Uma vez que muitas crianças afirmam ter passado pela experiência de ter um amigo imaginário, a proposta vira um prato cheio para imaginação.
O choque de realidade dos últimos acontecimentos faz Bea ganhar o dom de ver os amigos imaginários de todas as pessoas, e é aí que Jhon brinca com nossos sentimentos. A diversidade dos ‘Migues’ é baseada na aparência de coisas que a criança tem ou tinha interesse. Além disso, eles também as conhecem profundamente, pois foram as crianças quem os ‘criaram’, fazendo parte de sua personalidade. Isso nos deixa passear não só pela beleza de cada amigo imaginário, mas por nossa própria imaginação. Ficamos tentando descobrir quem seria a criança que idealizou esse ou aquele amigo imaginário.
CRESCER FAZ PARTE DA VIDA
A primeira vista o filme cumpre aquilo que promete ser: um longa sobre criaturas fantásticas que crianças criam para lhes fazer companhia em momentos de solidão. Posteriormente vira algo maior e Ryan Reynolds é a prova viva disso, concentrando um papel de destaque na história. Guiando Bea em sua jornada no momento em que aceita o papel de reconectar os ‘Migues’ às suas respectivas crianças, agora já crescidas.
O longa se destaca pela mensagem clara “as crianças crescem, e não há nada que possamos fazer”. No entanto, é de suma importância não acelerarmos esse processo. Essa mensagem é entregue tanto pela relação de Bea com seu pai, quanto pelos reencontro das crianças e seus amigos. Reencontros esses que faz o espectador querer assistir um pouco mais de cada relação. Por um instante vemos abraços, sorrisos e flashes rápidos que toca lá no fundo da alma, deixando a imaginação flutuar pelas sensações que quisermos. E são esses os sentimentos que dão raiva, pois saímos do cinema indignados querendo mais fofuras como as que acabamos de assistir.
Certamente o lado lúdico misturado com a psicologia mostra o ponto forte do longa, destacando o seu poder de conquistar diversos públicos. Eu diria que tal como ‘Divertidamente’, é um filme para se rever várias vezes, para se permitir sonhar e saborear cada personagem.
NOTA |
Muito Bom