Uerj: Em ato covarde, reitoria muda critérios de auxílios e bolsas para alunos
A Pró-reitoria de Políticas e Assistência Estudantis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) surpreendeu seus estudantes ao anunciar novos critérios para a elegibilidade de bolsas e auxílios. Entre as decisões mais polêmicas estão o fim do auxílio-alimentação para cotistas do campus Maracanã e a mudança da renda mínima para que alunos de ampla concorrência consigam a BAVS (Bolsa Auxílio Vulnerabilidade Social), que passa de 1,5 salários mínimos per capita para 0,5 salários mínimos per capita.
Os alunos da Uerj já percebiam as movimentações e os problemas na gestão há algum tempo. O auxílio material didático, por exemplo, não foi pago no último semestre para quem é de ampla concorrência, e os cotistas receberam com atraso. Além disso, o AMD, que antes era semestral, mudou para apenas um pagamento anual de 600 reais.
As medidas, obviamente, causaram revolta. Um estudante de pedagogia comentou na publicação do Instagram da faculdade que eles estão “destruindo o legado do maior plano de assistência estudantil da América Latina”. Outra aluna foi bem direta ao dizer “é mais fácil assumir que não querem pobre estudando”.
É absurdo perceber que a reitoria esperou as férias para implementar essas modificações, além de pegar os discentes de surpresa. As pessoas precisam de tempo para se organizar. Como uma decisão dessas, que afeta completamente o bolso dos universitários, é jogada assim de repente, sem aviso ou discussão?
E quanto a quem depende do auxílio-alimentação para não passar fome? Não são todos que têm disponibilidade para almoçar ou jantar no bandejão, além de que as filas, que já são longas, devem demorar ainda mais.
O ABSURDO NÃO ACABA
Não bastasse afetar a BAVS, o AMD e o auxílio-alimentação, as alterações também causaram mudanças no auxílio-transporte, na BPPG e no auxílio primeira infância. Você pode conferir todas as novas normas na página oficial da PR4 no Instagram.
Desesperados, os acadêmicos estão compartilhando suas dores nos comentários. Um dos alunos de odontologia afirma que R$600 por ano é insuficiente, uma vez que eles gastam mais de 3 mil reais em cada período. Muitos alertam para a evasão que acontecerá se nada for feito; há quem não conseguirá sequer bancar as passagens a partir do próximo semestre.
A Uerj foi a primeira universidade pública do país a adotar o sistema de cotas raciais e sempre foi pioneira em políticas públicas e questões sociais. O acesso à educação é um direito, e devemos lutar contra qualquer tentativa de prejudicar a permanência da população no ambiente universitário.
Em contato com lideranças estudantis, foi informado que amanhã (26/07) ocorrerá um ato unificado às 16h no hall da reitoria para a revogação dessas medidas. Retroceder jamais!
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