Melhores do Ano da Globo: Relembre vencedores do passado e curiosidades
Seja no cinema ou na música, o Brasil carece de grandes premiações que incentivem os fãs a se engajarem e ficarem apreensivos na espera dos resultados. Por esse motivo, cada uma das existentes gera muitos comentários, e a principal delas com certeza é o “Melhores do Ano”, promovido pela Rede Globo.
Ainda que seja completamente voltada para a própria emissora — diferente do Troféu Imprensa, transmitido pelo SBT — é a noite mais importante para os atores e atrizes da casa, que são recompensados por seus esforços. Hoje, iremos refrescar sua memória ao analisar os vencedores das principais categorias, com foco maior nos que venceram na última década (2013-2023) e trazendo curiosidades.
É importante ressaltar também a questão da diversidade. Por muitos anos, foi raro ver pessoas não brancas protagonizando as produções da Plim Plim. Contudo, neste ano, pela primeira vez, todas as novelas atualmente no ar contam com protagonistas pretas. A histórica ausência de representatividade, somada ao claro preconceito racial ainda persistente em nossa sociedade, reflete-se nos vencedores da premiação, que existe há quase três décadas.
NOVELA DO ANO
Chega a ser surpreendente que tenham demorado tanto para criar a categoria “Novela do Ano”, principalmente porque esse sempre foi o maior destaque da TV Globo. No entanto, é um pouco triste que a novidade ocorra justamente em um período difícil para a teledramaturgia do canal.
Os indicados deste ano são “Mania de Você“, “No Rancho Fundo” e “Renascer“. Nenhuma das três foi um grande sucesso de público ou de crítica. No ano passado, “Terra e Paixão” foi a primeira novela das nove a perder para uma obra de outra faixa de horário, “Vai na Fé“.
ATOR DE NOVELA
A categoria para premiar atores no Melhores do Ano existe desde sua primeira cerimônia, em 1995, mas separou os atores de novelas dos de séries apenas em 2014. Este ano, os nomeados são Chay Suede (Mania de Você), Juan Paiva e Marcos Palmeira (Renascer).
Com quatro estatuetas, Murilo Benício (“A Favorita“, “Ti Ti Ti“, “Avenida Brasil” e “Pantanal“) é o maior vencedor da história. Ele perdeu três vezes por seus papéis em “O Clone“, “América” e “Geração Brasil“. No entanto, mesmo com sete indicações, ele ainda fica atrás de Tony Ramos, que acumula nove.
Tony Ramos venceu três vezes, por “Torre de Babel“, “Laços de Família” e “Cabocla“, mas também foi indicado por “Mulheres Apaixonadas“, “Belíssima“, “Paraíso Tropical“, “Caminho das Índias“, “Passione” e “Terra e Paixão“.
Infelizmente, o maior perdedor da categoria, com quatro derrotas e nenhuma vitória, é o talentoso Rodrigo Lombardi (“Caminho das Índias“, “O Astro“, “Verdades Secretas” e “A Força do Querer“).
Lázaro Ramos venceu em 2006 por “Cobras & Lagartos” e, até hoje, é o único negro a ter conquistado a categoria. Ele foi indicado novamente no ano passado por “Elas por Elas“. Em 2024, mais de quinze anos depois, outro ator preto tem a chance de vencer a categoria pela primeira vez, já que Juan Paiva concorre por seu papel como João Pedro em “Renascer“.
Dos últimos 10 ganhadores, 7 eram da novela das nove, 2 da novela das sete e 1 do horário das seis. Metade deles interpretavam vilões.
ATRIZ DE NOVELA
O tópico da diversidade na categoria feminina é um pouco melhor, embora ainda deprimente, considerando que mais da metade da população brasileira é preta. Nos 29 anos de premiação, apenas duas mulheres negras venceram: Camila Pitanga (Paraíso Tropical e Velho Chico) e Taís Araújo (Cobras & Lagartos). Além delas, Jéssica Ellen (Amor de Mãe) e Sheron Menezzes (Vai na Fé) também conseguiram indicações no passado.
Este ano, as concorrentes são Andréa Beltrão (No Rancho Fundo), Agatha Moreira e Adriana Esteves (Mania de Você).
Adriana Esteves, uma lenda da TV brasileira, já venceu três vezes: por “Torre de Babel” (1998), “Kubanacan” (2003) e “Avenida Brasil” (2012). Ela é líder de vitórias, ao lado de Giovanna Antonelli (“O Clone“, “A Regra do Jogo” e “Segundo Sol“), mas desempata em número de indicações, já que também esteve na lista de 2021 por “Amor de Mãe“.
Ana Paula Arósio, Regina Duarte, Glória Pires, Deborah Secco e Mariana Ximenes são as únicas atrizes com múltiplas indicações e nenhuma vitória. Todas estiveram entre as três finalistas em duas ocasiões.
Diferentemente da categoria masculina, a maioria das vencedoras de “Melhor Atriz” interpretavam mocinhas. Nos últimos dez anos, as novelas das nove dominaram, com oito vencedoras desse horário. As exceções foram Cláudia Abreu, por uma novela das sete, e Letícia Colin, por uma novela das onze.
SÉRIE DO ANO
Embora sempre focada em novelas, a Rede Globo nunca deixou de produzir séries de qualidade, o que foi intensificado com o surgimento do Globoplay. Para prestigiar estas obras, o Melhores do Ano criou em 2021 a categoria de “Melhor Série”.
Todas as séries, tanto indicadas, quanto vencedoras, foram originalmente desenvolvidas para o streaming e, posteriormente, exibidas na TV aberta. Esse ano concorrem: “Fim”, “Justiça 2” e a segunda temporada de “Os Outros”.
ATOR E ATRIZ DE SÉRIE
Não restam dúvidas de que “Sob Pressão” é a grande pérola do catálogo da Globoplay. O drama médico não só venceu duas vezes como “Melhor Série”, mas também dominou as categorias de atuação, com Marjorie Estiano vencendo três vezes e Júlio Andrade, quatro. Ambos são os mais indicados e os mais vezes vencedores da categoria.
Marjorie, na verdade, tem o mesmo número de vitórias que Adriana Esteves (3). Adriana integra uma seleta lista, ao lado de Patrícia Pillar e Paolla Oliveira, como as únicas a vencerem por série e novela.
Na categoria masculina, o feito foi alcançado apenas por Alexandre Nero e Jesuíta Barbosa.
Em 2024, Júlio Andrade concorre por outro personagem, o Bentinho de “Bentinho – No Fio da Navalha“. Seus concorrentes são Juan Paiva (Justiça 2) e Eduardo Sterblitch por “Os Outros“.
Nenhuma pessoa não branca venceu nessas categorias.
MÚSICA DO ANO
Os indicados a “Música do Ano” em 2024 são: “Dois Tristes“, de Simone Mendes; “Macetando“, de Ivete Sangalo com Ludmilla; e “Nosso Primeiro Beijo“, de Glória Groove.
Desde 2010, a maioria dos vencedores tem sido do sertanejo, o que não é uma surpresa para quem consome música no Brasil. O ritmo realmente domina, embora o pop de Anitta, Ludmilla e Pabllo Vittar tenha marcado presença na última década.
Ludmilla, inclusive, foi uma das poucas pessoas pretas a vencer a categoria. Martinho da Vila, em 1995, com Mulheres, é o único outro nome. Na extinta categoria de “Cantor do Ano”, Alexandre Pires venceu em 2001, e Seu Jorge, em 2008.
A votação para o Melhores do Ano está aberta e o resultado será revelado no dia 15 de dezembro durante o Domingão com Huck. Para quem vai a sua torcida? Deixe nos comentários!