Conheça os concursos de Miss e suas peculiaridades

Conheça os concursos de Miss e suas peculiaridades
Foto: Prensa Libre: EFE

A música “Miss Brasil 2000”, de Rita Lee, lançada nos anos 80, provocou uma reflexão crítica sobre o estilo de vida das candidatas aos concursos de beleza, questionando os padrões impostos pela sociedade. Desde então, os concursos evoluíram significativamente, enfrentando críticas e se reinventando para se manterem relevantes. Entre os mais famosos estão o Miss Universo que vem perdendo o maior foco para outros concursos cada um com características distintas.

Miss Universo: tradição e mudanças

Foto: Reprodução/Instagram

O Miss Universo, fundado em 1952, é o concurso mais famoso da América e um dos mais antigos do mundo. Ao longo das décadas, passou por diversas mudanças em resposta a críticas sobre seus estereótipos de beleza. Recentemente, o Miss Universo fez alterações significativa em suas regras. Em 2023, a organização aboliu o limite de idade para as participantes, permitindo que mulheres de qualquer faixa etária, acima de 18 anos, competissem. Além disso, desde 2012, o concurso aceita candidatas trans, com Angela Ponce sendo a primeira a se classificar em 2018. O concurso também permitiu a participação de mulheres casadas, divorciadas e mães, rompendo com tradições conservadoras.

Miss Mundo: Beleza com propósito

Foto: Miss World

O Miss Mundo, criado em 1951, é considerado o concurso de beleza mais antigo e popular na Europa. Com um enfoque em “beleza com propósito”, o evento prioriza iniciativas sociais e humanitárias. Este concurso já aboliu os desfiles em maiô e adota um formato que inclui diversas provas e desafios. A edição mais recente contou com 112 países, mas o Brasil busca quebrar um jejum de vitórias que dura 53 anos. A competição, que é extensa e exige compromisso, atrai críticas pela duração e pelas exigências impostas às candidatas.

Miss Supranacional: modernidade e exclusividade

Foto: Reprodução

O Miss Supranacional, iniciado em 2009, destaca-se por sua produção impecável e regras claras. Realizado anualmente na Polônia, o concurso é parte do “Grand Slam da Beleza”, que inclui outros grandes eventos de beleza. Apesar de sua popularidade, o Miss Supranacional ainda não teve uma vencedora brasileira em suas 15 edições, o que gerou descontentamento entre os fãs do país.

Miss Terra: Foco Ambiental

Foto: Divulgação

O Miss Terra, criado em 2001, tem um enfoque ambiental e já foi sediado em várias partes do mundo, incluindo as Filipinas e o Vietnã. O concurso se destaca por eleger quatro campeãs em vez de uma só, com títulos como Miss Ar, Miss Água e Miss Fogo. No entanto, também enfrenta críticas por favorecer candidatas asiáticas e por sua suposta superficialidade em relação a causas ambientais.

Miss Internacional: tradição e conservadorismo

Foto: Divulgação

O Miss Internacional, que ocorre no Japão, é um dos concursos mais tradicionais e tem um foco em paz e união cultural. Contudo, é frequentemente criticado por ser excessivamente conservador e não acompanhar as mudanças sociais que ocorrem ao redor do mundo.

Miss Grand Internacional: luxo e performances exageradas

Foto: Reprodução

O Miss Grand International, criado em 2013 pelo tailandês Nawat Itsaragrisil, se destaca por seu lema “Stop the War and Violence”, promovendo a paz e a compreensão cultural, além de atrair candidatas de diversas partes do mundo com sua alta qualidade de produção e desafios que incentivam a consciência social. No entanto, as performances exageradas frequentemente vistas nesse e em outros concursos geram críticas por promover uma visão distorcida da feminilidade e da beleza. Muitas vezes, as candidatas são encorajadas a adotar comportamentos artificiais, focando em dramaticidade em vez de autenticidade, o que pode reforçar estereótipos prejudiciais. Em um mundo que clama por representatividade e inclusão, é essencial que concursos de beleza reflitam valores que vão além da superfície, celebrando a diversidade e incentivando as participantes a serem verdadeiras consigo mesmas.

Os concursos de beleza evoluíram significativamente ao longo dos anos, respondendo a críticas e se adaptando às novas realidades sociais. Embora mantenham muitos elementos tradicionais, como desfiles e avaliação de beleza, as novas regras e a inclusão de um espectro mais amplo de candidatas refletem um esforço para tornar esses eventos mais representativos e relevantes para a sociedade contemporânea.

A música de Rita Lee ainda ressoa, lembrando-nos da importância de questionar os padrões de beleza e os papéis que essas competições desempenham na cultura popular.

João Vitor Trindade

Nascido em 2003 na cidade de São José dos Campos, estudante de jornalismo na Univap. Apaixonado por música, filme, teatro e tudo que envolva cultura, dedica-se também à fotografia. É escoteiro e atua em diversos projetos voluntários, experiências que enriquecem para ele é um dos pontos que o motivam na carreira jornalística.

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