Cidade a luz de velas: a cada chuva, parte de São Paulo fica sem energia
São Paulo está vivendo mais dias de caos, chuva e gente no escuro, algo que tornou-se rotineiro (mas não deveria). Após os últimos temporais desta quinta-feira (2), a cidade se encontra em um estado de abandono: enquanto mais de 20 mil imóveis seguem sem energia elétrica, e a paciência de quem depende da Enel apenas diminui. A prefeitura e o governo estadual fazem vista grossa para os desmandos da fornecedora de energia, que coleciona reclamações, mas não multas.
Um apagão sem soluções
As chuvas da última quinta-feira (2), causaram um temporal que deixou mais de 53 mil casas sem energia, mas esse número já foi reduzido para pouco mais de 20 mil nesta manhã. Enquanto isso, técnicos da empresa continuam “em campo” para resolver o problema.
A situação é ainda mais grave em bairros da capital e cidades da Grande São Paulo, como Cotia, que teve 10% dos consumidores locais afetados. Não é de hoje que a Enel tem sido alvo de críticas pela demora nos reparos e pela falta de planejamento em emergências climáticas. Porém, a punição por parte das autoridades parece tão inexistente quanto a luz em algumas dessas casas.
Chuva, ventania e descaso em São Paulo
É fácil jogar a culpa na chuva, que é uma constante em São Paulo, mas o problema aqui é falta de preparo e vontade por parte da Enel. O temporal foi forte e derrubou árvores e fios, além de trazer raios, granizo e tudo mais. A Defesa Civil até alertou sobre a ventania na zona oeste. As chuvas fortes podem ser previstas, mas parece impossível para a prefeitura e a Enel fazerem o básico, minimizando os transtornos com uma infraestrutura decente – algo que parece um sonho distante para São Paulo.
O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) emitiu alerta de alagamentos em várias regiões da capital, mas, no fim das contas, o único conselho útil foi “fique longe das correntezas”. Enquanto isso, alagamentos e redes elétricas expostas parecem ter entrado na categoria de “normal”.
Cobranças que não saem do papel
A empresa coleciona reclamações e apagões, mas ainda assim a prefeitura não aplicou uma punição ou advertencia severa, tendo somente acionado a justiça para pedir providências quando houve o maior número de apagões, registrado em outubro de 2024.
Enquanto isso, a população fica sem energia e sem respostas e o resultado é uma São Paulo que, além de alagada e sem luz, fica refém de uma fornecedora ineficiente.
Dias cinzentos pela frente
Os próximos dias prometem mais pancadas de chuva (normal para o verão). Mas o que não deveria ser normal é a falta de preparo, que pode ocasionar em mais dias sem energia em diversos pontos da cidade.
Até que uma decisão mais firme seja tomada, resta aos moradores tentar sobreviver ao descaso em São Paulo – com velas e paciência.
