Disney é acusada de boicotar mensagem ambiental em novo filme
É quase impossível imaginar uma empresa tão grande e poderosa quanto a Disney sendo isenta de polêmicas. O conglomerado americano tem um passado sombrio, mas também um histórico recente de atos questionáveis.
O mais recente envolve o filme da Pixar em desenvolvimento, “Saltadores” (Hoppers), com estreia prevista para 2026. O longa aborda uma menina muito inteligente chamada Mabel, que transfere sua mente para um castor robótico, o que lhe permite adentrar no reino animal.
Dirigido por Daniel Chong (Ursos Sem Curso), a produção tem como intenção mostrar o mundo pela visão dos animais. Então, imagine a surpresa dos funcionários do estúdio quando a Disney exigiu que a “mensagem ambientalista” da obra fosse reduzida. Segundo o The Hollywood Reporter, foi exatamente isso que ocorreu.
“Infelizmente, quando você tem um filme inteiro baseado na importância do ambientalismo, não dá para voltar atrás nisso”, declarou uma fonte ao site.
UMA SITUAÇÃO RECORRENTE
Uma situação semelhante aconteceu em 2013 com “Procurando Dory”. O documentário “Blackfish”, que denunciava absurdos nos parques aquáticos, fez com que a empresa alterasse o final da história que envolvia esses parques, para evitar uma má recepção do público. Vale lembrar que o grupo Disney é dono do SeaWorld.
No passado, os trabalhadores da Pixar também denunciaram os boicotes e as censuras com qualquer menção a pessoas LGBT. Em carta aberta para a revista Variety, declararam a dificuldade que é colocar em seus roteiros “quase todos os momentos de afeto abertamente gay”.
Em fevereiro de 2025, estreará a primeira série do estúdio para o Disney+: “Ganhar ou Perder”. A produção inicialmente incluiria uma personagem trans e abordaria a trajetória de sua identidade. No entanto, esse enredo foi cortado, chocando os empregados envolvidos.
O argumento da companhia foi que muitos pais preferem abordar esses tópicos em casa, sem a interferência de terceiros. Contudo, é evidente que a verdadeira razão por trás da decisão é evitar ataques e possíveis boicotes, priorizando o lucro em detrimento de histórias importantes, como a luta contra o preconceito ou a proteção do meio ambiente.
Porém, analisando por um outro ângulo, por meio do seu Fundo de Conservação (Disney Conservation Fund), apoia projetos que protegem habitats naturais e promovem a educação ecológica. Desde 1995, o fundo já colaborou com mais de 2.000 projetos em 115 países, incluindo o Brasil, investindo mais de 75 milhões de dólares em iniciativas de conservação.
Em 2019, época do lançamento do live-action de “O Rei Leão”, a Disney anunciou a campanha “Protect the Pride” (Proteja a Alcateia), comprometendo-se a doar até US$ 3 milhões para apoiar esforços de conservação de leões na África. Essa parceria foi renovada com a chegada da prequel “Mufasa” mostrando que a companhia, às vezes, faz algo positivo.
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