Mark Zuckerberg anuncia fim da checagem de dados no Meta

Mark Zuckerberg anuncia fim da checagem de dados no Meta
Meta irá remover checagem de dados e moderação de posts - Foto: Reuters

Nesta terça-feira (07/01), Mark Zuckerberg, dono da Meta, anunciou a maior mudança de política na história da empresa responsável pelo Instagram, Whatsapp e Facebook. Suas plataformas irão parar com os serviços de checagem de informações, se alinhando às políticas de Trump.

Logo da Meta, empresa de Mark Zuckerberg.
Foto: Logo da Meta/Divulgação

Uma notícia assustadora

Em um vídeo de mais de cinco minutos, o CEO da Meta publicou em seus perfis o anúncio da nova política e seus motivos. De acordo com Zuckerberg, ele busca voltar com a liberdade de expressão dos usuários das redes sociais. O mesmo afirma que ao longo dos anos, a plataforma organizou um sistema de checagem de fatos e moderação de informações, mas que ultimamente, este serviço estaria se baseando demais em políticas esquerdistas e contribuindo para a censura.

Anteriormente, em 2016, quando Trump foi eleito pela primeira vez, a Meta recebeu diversas acusações de contribuir para eleição do líder. Informações da plataforma, que originalmente eram disponibilizadas para uso acadêmico, acabaram no banco de dados da empresa de publicidade Cambridge Analytica, que fez a campanha digital de Donald Trump. Diante de enormes pressões políticas e populares, a Meta construiu um grande sistema interno de autorregulação.

Dessa forma, empresas jornalísticas independentes passaram a administrar: checagem de dados, a concessão de informações e as políticas de moderação . Até esse repentino pronunciamento de Mark Zuckerberg.

Nem tudo deve ser falado

Conforme ele explicou em seu vídeo, a flexibilização de filtros permitirá “eliminar várias restrições em tópicos, como imigração e gênero”. Logo, a própria Meta afirma que possibilitará “acusações de anormalidade mental relacionadas a gênero ou orientação sexual, especialmente quando discutidas no contexto de debates religiosos ou políticos, como questões de ‘transgenderismo’ e homossexualidade”. “Esses debates são considerados amplamente culturais e políticos”. A companhia também voltará a promover conteúdos políticos em suas plataformas.

Como resultado, a empresa irá encerrar sua parceria com empresas de fact-checking e trocá-las por um sistema de notas de comunidade, similar ao do X (antigo Twitter). Este modo permite que usuários ofereçam contra-afirmações, críticas e contexto a certas publicações. Além disso, a plataforma irá realizar a transferência de sua equipe de moderação da Califórnia (estado progressista), para o Texas (estado republicano).

Por enquanto, a medida será implementada apenas nos Estados Unidos. Contudo, Zuckerberg afirmou que a Meta fará uma parceria com o novo governo Trump para combater a regulação ao redor do mundo. Segundo ele, esta vem perseguindo empresas americanas e impedindo a liberdade de expressão. O CEO também disse que pretende combater práticas de censura judicial secretas na América Latina. Com isso, uma implícita mensagem ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, que vem sendo firme com a política de moderação nas redes sociais, visto seu recente embate com Elon Musk, atual dono do X/Twitter.

Giovanna de Paula

Nascida em 2003 no interior do Rio de Janeiro, jornalista em formação pela UFRJ e entusiasta da versatilidade e poder da comunicação. Desde cinema e música pop até história e política, amo poder estudar, escrever e comunicar sobre diferentes pontos que fazem o mundo o que ele é, e suas intersecções.

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