“Hurry Up Tomorrow” encerra bem a trilogia de The Weeknd?

“Hurry Up Tomorrow” encerra bem a trilogia de The Weeknd?
Crítica: The Weeknd lança seu álbum novo “Hurry Up Tomorrow” - Foto: The Weekns/XO Records/Republic Records

Nesta sexta-feira, 31 de janeiro, The Weeknd finalmente lançou Hurry Up Tomorrow. O seu sexto álbum e último da trilogia de After Hours. Após muita campanha, que contou até mesmo com um show único em São Paulo, o disco chegou ao público. É um projeto longo e com diversos feats, incluindo Anitta, Travis Scott, Lana Del Rey, Florence+The Machine, Future, Playboi Carti, Giorgio Moroder e Justice.

Confira os destaques de Hurry Up Tomorrow:

Crítica: The Weeknd lança seu álbum novo “Hurry Up Tomorrow”
Foto: Capa de Hurry Up Tomorrow/Divulgação

Início

O disco inicia com “Wake Me Up”. A música tem cinco minutos, mas conforme se desenvolve, o instrumental dela a mantém intensa e pra cima. Foi uma boa escolha para o começo do álbum. Como também, dá uma virada divertida para uma baladinha anos setenta, que é sua proposta há um tempo.

Seguindo com “Cry For Me”, a música incorpora a batida do funk brasileiro no início, mas sua proposta lembra suas faixas antigas. Particularmente “Call Out My Name” me veio à mente. 

Então, após uma pequena transição, The Weeknd segue com “São Paulo”, seu feat com Anitta. Este single tem suas divergências entre o público, mas é uma música no estilo club, tem várias camadas e batidas, além do funk no fundo com os vocais da brasileira. Dá pra entender quem não curte, contudo, combinou com sua posição no disco e tem seu valor.

Foto: Capa de São Paulo/XO Records/Divulgação

Logo, em “Baptized In Fear”, ele dá um show de vocais e melodias dramáticas. A faixa é linda em sua composição instrumental, assim como conta com muita emoção na performance. Ela segue com uma transição limpa e potente para “Open Hearts”, que trabalha com uma dinâmica contrária de um refrão mais lento em contraste com a batida agitada.

Meio

Posteriormente, “Reflections Laughing” ganha seu momento, e particularmente, é um dos maiores destaques do disco. Os vocais de The Weeknd quase isolados com os escondidos de Florence e uma melodia leve de fundo. Logo após, incorpora os versos de Travis que dão outra cara à música.

A faixa “I Can’t Wait To Get There” definitivamente traz uma energia diferente e divertida. Conta com uma influência muito boa do Tyler, The Creator e um coral incrível. É também um dos melhores destaques.

Em seguida, “Niagara Falls” vem com uma vibe mais calma, sem refrão cantado por The Weeknd, trabalhando com samples. É gostosa e um respiro vindo de músicas intensas.

Big Sleep já imediatamente volta com uma batida mais forte. O tecladista e sintetizador Giorgio Moroder dá o nome nessa faixa colocando poder e densidade juntamente com vocais clássicos do cantor.

Final

Depois, The Weeknd nos presenteia com “Give me mercy” que incorpora gostosas batidas afro animadas. Contudo, deveria estar mais no meio do álbum para ganhar mais atenção, no lugar de Enjoy The Show por exemplo.

Em Drive, a música tem um crescimento grande com seu refrão e vocais de apoio. Também vai para o lado mais calmo, com uma continuidade gostosa.

Para The Abyss, ele teve uma pegada mais dark. Se tivesse puxado para o lado de Gasoline, ficaria mais inovador, porém lembra um pouco After Hours e Alone Again. Entretanto, a participação absurda da Lana Del Rey e os instrumentais elevam muito.

Por fim, a faixa título “Hurry Up Tomorrow” encerra o álbum. É uma música dramática, sentimental e que fala com o pessoal de The Weeknd. Traz uma finalização poderosa ao disco e trabalha com uma sintetização e instrumentais ótimos.

Considerações

A continuidade entre as músicas é bem feita, mas é uma vibe meio parecida com o que ele já faz. Conforme o álbum avança, nota-se que em algumas faixas, ele não inova muito. Mas, de certa forma, isso ajuda ele a conectar com a trilogia musicalmente.

Crítica: The Weeknd lança seu álbum novo “Hurry Up Tomorrow”
Foto: The Weeknd no Morumbi em seu show de apresentação do Hurry Up Tomorrow/Wagner Meier

O álbum não precisava ser tão longo e algumas músicas também não. 22 músicas com uma hora e 24 minutos é ossada. Principalmente se não tão inovadoras quanto as outras. Tem músicas meio descartáveis ou que poderiam ser menores como: Enjoy The Show e Take Me Back To LA. Por outro lado, tem uma música faltando: Dancing In The Flames foi seu primeiro lançamento do álbum e acabou fora da versão final, o que não fez sentido.

Num geral é um ótimo álbum. Tem uma musicalidade muito boa, instrumentais maneiros, teclados sensacionais e várias camadas. Contudo, o The Weeknd já é bem conhecido por isso. Ele incorporou as músicas muito bem com os feats “escondidos”. Entretanto, tem certos momentos em que fica repetitivo em relação a trabalhos passados. 

Apesar dos apesares, seu talento é inegável e todos seus álbuns têm músicas incríveis. Para fechar uma trilogia, ele se empolgou ao adicionar tantas músicas longas. Parece que quis colocar tudo em que trabalhou e perdeu um pouco a mão. Contudo, é hiper bem produzido, assim como o Dawn FM.

Giovanna de Paula

Nascida em 2003 no interior do Rio de Janeiro, jornalista em formação pela UFRJ e entusiasta da versatilidade e poder da comunicação. Desde cinema e música pop até história e política, amo poder estudar, escrever e comunicar sobre diferentes pontos que fazem o mundo o que ele é, e suas intersecções.

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