“Thunderbolts” é mais do mesmo? Marvel aposta na redenção da equipe

Com Capitão América: Admirável Mundo Novo recém-lançado, a Marvel Studios já se prepara para a próxima grande produção do UCM nos cinemas: Thunderbolts. Chegando em 1º de maio, o filme irá reunir personagens que já apareceram no Universo Cinematográfico da Marvel, mas que até então estavam à margem dos grandes eventos. O time de desajustados, liderado por Yelena Belova (Florence Pugh), será formado por anti-heróis e ex-vilões recrutados por Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus), em uma tentativa do governo de montar sua própria equipe de Vingadores.

Mas o que realmente podemos esperar desse filme? Ele será apenas uma “versão marvelizada” do Esquadrão Suicida ou terá algo de novo a oferecer? E por que Kevin Feige escolheu uma formação recheada de super-soldados e agentes táticas, sem um personagem realmente poderoso para equilibrar a balança? Antes de tentar responder a essas perguntas, vamos entender a origem desse grupo e seu impacto nos quadrinhos!

Quem são os Thunderbolts nos quadrinhos?

Diferente do que muitos pensam, os Thunderbolts não são simplesmente a resposta da Marvel ao Esquadrão Suicida. O grupo apareceu pela primeira vez em 1997, e sua premissa foi uma grande reviravolta na época: com os Vingadores desaparecidos, um novo time de heróis surgiu para proteger o mundo. No entanto, o que ninguém suspeitava era que esses “heróis” eram, na verdade, vilões disfarçados, sob o comando do Barão Zemo.

Com o passar do tempo, alguns membros decidiram abandonar o lado vilanesco de vez e foram em busca de redenção. Isso fez com que a ideia dos Thunderbolts evoluísse, passando por diversas formações e lideranças ao longo dos anos, desde Norman Osborn até Luke Cage. Em uma das versões mais famosas, o Hulk Vermelho montou um time que incluía Deadpool, Elektra, Agente Venom e Justiceiro, focado em missões mais violentas e clandestinas.

A equipe do filme foi uma má escolha?

Desde que sua arte conceitual foi divulgada na D23 de 2022, a escolha dos personagens vem gerando controvérsias entre os fãs. Enquanto alguns duvidam da relevância desses nomes para formar um time desse porte, outros questionam aspectos mais específicos, como o fato de termos “três Capitães América” na equipe. John Walker, Guardião Vermelho e Bucky Barnes são todos super-soldados com habilidades praticamente idênticas.

Além disso, temos Yelena Belova e Treinadora, duas Viúvas Negras com habilidades parecidas, sendo que a Treinadora ainda conta com a capacidade de copiar os movimentos dos adversários. A única que foge um pouco desse padrão é a Fantasma, mas, no fim das contas, ela também acaba lembrando uma Viúva Negra – só que com o bônus de atravessar paredes.

Inteiramente formada por personagens com habilidades táticas e experiência em combate corpo a corpo, a equipe também não conta com um “tanque” ou um grande estrategista como Abominável e Barão Zemo, que seriam equivalentes ao Hulk e Homem de Ferro.

Isso levanta a questão: por que a Marvel não escolheu personagens mais populares, como Deadpool, Hulk Vermelho ou Justiceiro, que já fizeram parte da equipe nos quadrinhos? Não seria difícil inserir algum deles na trama, afinal, todos já estão presentes no UCM e apareceram em produções recentes, com exceção do Justiceiro, que retornará na série “Demolidor: Renascido”.

Filme será mais do mesmo ou terá algo novo a oferecer?

Olhando para essa formação, fica claro que a falta de diversidade de poderes pode ser um problema, tornando o grupo vulnerável diante de uma ameaça de nível Vingadores, como o Sentinela, que deve ser o vilão do filme. Claro, nada que a magia do roteiro e o protagonismo não resolvam. Ainda assim, essa abordagem mais pé no chão, diferencia Thunderbolts dos últimos filmes do Esquadrão Suicida, que apostaram em personagens mais fantasiosos e absurdos.

A comparação entre os dois será inevitável, principalmente para o grande público. Afinal, ambos são grupos formados por personagens problemáticos, reunidos pelo governo para missões perigosas que os heróis não fariam. O clima do filme e seus personagens sugerem que a Marvel quer dar uma pegada mais realista a trama, com uma história focada em melancolia, redenção, e principalmente, propósito.

A maioria dos integrantes são personagens decadentes em busca de um sentido para suas vidas. Isso, por si só, já representa uma tentativa de renovação dentro do MCU, algo necessário para uma franquia que precisa se reinventar. Mesmo que sua última tentativa de criar algo diferente com “Eternos” (2021), tenha sido massacrada pelo público, o que levanta dúvidas sobre como essa mudança de temática e tom será recebida desta vez.

Thunderbolts realmente pode surpreender?

Thunderbolts tem potencial para ser um ótimo filme, mas tudo vai depender de como a Marvel irá abordar essa equipe. A formação escolhida deixa dúvidas sobre a relevância do grupo, com tantos outros personagens mais icônicos que poderiam ter sido usados. Além disso, a comparação com O Esquadrão Suicida pode prejudicar muito a recepção do filme caso ele não traga nada realmente novo.

Se conseguirem explorar a dinâmica e a química desse elenco, ele realmente pode ser um diferencial na franquia — e a Casa das Ideias precisa disso, após uma sequência de fracassos consecutivos. Mesmo com sucessos pontuais como Deadpool e Wolverine e Agatha: Desde Sempre. Caso contrário, Thunderbolts corre o risco de ser apenas mais um filme de ação genérico com personagens secundários, servindo como uma escada para outra grande produção da Marvel, ficando no eterno “Vem aí”.

Com tudo que já vimos, não dá pra dizer que eles não estão tentando algo diferente dessa vez. Agora, resta esperar para ver se esse time de desajustados ficará realmente a altura da expectativa dos fãs, ou se será apenas mais um filme esquecível e sem impacto real no vasto universo cinematográfico da Marvel.

Você acha que Thunderbolts tem potencial para surpreender ou será apenas mais um filme genérico da Marvel? Conta pra gente nos comentários!