Turma da Mônica: os gibis estão decaindo?
Ultimamente, pela internet, vêm rolando diversas discussões sobre os gibis da Turma da Mônica. Especificamente, os posts falam sobre a falta de qualidade e versatilidade dos desenhos e expressões faciais dos personagens do almanaque de uns tempos para cá.
Cultura
Todo brasileiro conhece os gibis da Turma da Mônica e sabe a importância deles para nossa cultura e infância. Os livrinhos, ao longo dos anos, fizeram parte da vida de muitos por diversas gerações, e do mesmo modo, ainda fazem. Criada por Maurício de Souza, Mônica se tornou uma das figuras mais marcantes do Brasil, com seu design e sobretudo, seus traços únicos.
Entretanto, suas últimas edições não vêm agradando o público. Os desenhos dos gibis, que sempre foram ricos em expressões e humor indireto, passaram a se tornar cada vez mais básicos e sem emoção. De acordo com leitores, é como se os artistas reciclassem os mesmos desenhos e faces em diversos quadrinhos diferentes.
As críticas trazem à tona a mudança dos desenhos tradicionais para os desenhos digitais, juntamente com a perda de detalhes, que apesar de pequenos, são o que completam as histórinhas.
Sistema falho
Pode-se dizer que as mudanças estão relacionadas à uma grande onda de minimalismo que todas indústrias vem passando por. A cultura “clean” tomou conta de diversas formas de arte, como moda, arquitetura, design, entre outros, e os gibis não ficaram de fora. Eventualmente, muitos detalhes e itens que complementavam os desenhos passaram a ser considerados um tipo de poluição visual e desnecessários.
A era da tecnologia também contribui para a queda das vendas dos quadrinhos. Em uma sociedade atual que podemos encontrar digitalmente as historinhas, juntamente com o aumento dos preços, a movimentação deste mercado anda lenta e bem menos rentável.
Além disso, com o alto crescimento da inteligência artificial, o trabalho de inúmeros artistas passaram a ser descartados e desvalorizados. O uso da IA atinge diretamente a qualidade de trabalhos digitais por conta de sua “facilidade” e praticidade. Ou seja, existem cada vez menos oportunidades de emprego para desenhistas e quedas de salários bruscas. Consequentemente, se forma uma enorme pressão e prazos curtíssimos, sobrecarregando os artistas, que independentemente de quão bem trabalhem, podem ser substituídos a qualquer momento por máquinas.
Ainda assim, o compromisso com o consumidor é algo sagrado entre a comunidade de gibis da Turma da Mônica, principalmente por seu forte significado para a população brasileira. Os quadrinhos aumentaram seu preço, mas diminuíram sua qualidade. Logo, se espera que após esta onda de críticas, as próximas edições venham com mais dedicação.
