MAYHEM: Lady Gaga emocionou o suficiente?

MAYHEM: Lady Gaga emocionou o suficiente?
Crítica: Mayhem de Lady Gaga emocionou o suficiente - Foto: Capa de Mayhem/Divulgação

Lady Gaga enfim lançou o aguardadíssimo LG7, “Mayhem”, na última sexta-feira (07). As expectativas para o tão demorado LG7 eram grandes, baseadas em seus singles, como “Abracadabra”. Para os Little Monsters, este seria o grande comeback da Mother Monster. Será que a diva conseguiu surpreender? 

A primeira vista, o álbum conta com 14 faixas e tem a proposta de trazer a estética do caos, seguindo seu nome. Juntamente a isso, seus singles de divulgação “Disease” e “Abracadabra”, que são as primeiras faixas do disco, contribuíram para formar esta energia de fim do mundo. Entretanto, se engana quem imaginou um trabalho barulhento e macabro. 

Confira os destaques de Mayhem:

Início

Logo após as faixas single, somos captados pela batida cativante de “Garden Of Eden”. Certamente influenciada pelo Artpop, Gaga colocou um pop mais eletrônico, que chega a lembrar “Sexxx Dreams” e uma vibe club. Pode-se dizer que essa foi feita para quem sentiu falta da mãezinha nas baladas.

Em seguida, “Perfect Celebrity” começa de forma bem interessante, porém acaba rumando para o mesmo build up básico de diversas outras músicas, tanto dela mesma quanto de outros artistas. A letra também não é tão original, apesar de muito real.

A próxima faixa é “Vanish Into You”, que logo de início já garante seu lugar como uma das melhores do álbum. É introduzida com vocais potentes e um ritmo muito interessante e dançante em seus versos, além da versatilidade vocal, é uma canção bem sentida.

Meio

Killah rapidamente se torna o maior destaque do disco. Com influências dos anos 70, Gaga traz referências bem fortes da banda Queen e Michael Jackson. A faixa tem uma energia de thriller bem diferente e monstrenga, ainda assim permanece melódica, dançante e sensual.

Crítica: Mayhem de Lady Gaga emocionou o suficiente

Foto: Arte de Mayhem para Walmart/Frank Lebon/Divulgação

Em seguida, “Zombieboy” é uma música mais falada, com vocais grossos e um coro de fundo, fazendo o clássico contraste de conversa. A faixa é bem interessante e se encaixa bem, e sem qualquer novidade que Gaga foi influenciada pela Madonna anos 80.

As próximas três faixas do álbum, infelizmente, são skips muito certeiros… Sem inovação, pops clichês, além de “How Bad Do U Want Me” ser uma versão mais chata de Plastic Doll. Parece que Stefani tentou encher linguiça, entretanto ficou apenas repetitivo, ainda seguindo a estética anos 70/80.

Fim

Pode soar como hipocrisia, porém, “Shadow Of A Man” segue as mesmas influências das últimas três, entretanto, ela se destaca pela construção da música. Puxando para um lado de “Do What U Want”, ela fica empolgante.

“The Beast” é uma das músicas que continham maior potencial dentre o álbum. Lady Gaga surpreende com seus vocais na introdução, trazendo uma entonação mais sofrida e aguda. A melodia nos prepara para algo estrondoso e surpreendente, porém o refrão acaba se mantendo no confortável e previsível. Apesar disso, a faixa é potente e emociona muito ao chegar na bridge, nos apresentando solos de guitarras incríveis no estilo Mike Dean, o Synth God, e vocais fortes.

“Blade Of Grass” é absurdamente linda, potente e emotiva, entretanto conta com o famoso sample/interpolação que outras trocentas músicas utilizaram, como “Viva La Vida” do Coldplay. Ainda assim, a faixa tem seu peso necessário ao chegar ao fim do álbum.

A finalização do disco com “Die With A Smile” foi ideal. Apesar de ter se tornado um hit viral e todos já terem escutado a faixa, ela se encaixa perfeitamente na narrativa do álbum e após ouvi-la junto das outras, se torna ainda mais especial. 

Vale o hype?

As considerações finais para o álbum são de um trabalho bonito, maduro, estudado, porém, que ainda tem um esforço exagerado para o lado pop genérico. Pode-se dizer que Gaga cedeu um pouco à pressão de voltar a fazer pop e se perdeu em certas faixas específicas. 

Num geral, a narrativa de Mayhem é ótima, constrói um misto de emoções conflitantes sobre um caos interno que vai se externando. Os sentimentos estão muito presentes em todas faixas, além de contar com diversas referências interessantes que, quem é fã de música consegue pegar rapidinho. 

Por fim, ainda assim, o disco acaba passando uma vibe reciclada. Poderia ter sido maior se não pensasse tanto nas faixas pop, mas a mãezinha com certeza se recuperou após anos de marasmo. Nota 3,5 de 5.

Crítica: Mayhem de Lady Gaga emocionou o suficiente
Foto: Arte de Mayhem para Target/Frank Lebon/Divulgação

Giovanna de Paula

Nascida em 2003 no interior do Rio de Janeiro, jornalista em formação pela UFRJ e entusiasta da versatilidade e poder da comunicação. Desde cinema e música pop até história e política, amo poder estudar, escrever e comunicar sobre diferentes pontos que fazem o mundo o que ele é, e suas intersecções.

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