Dakota Johnson: atriz fraca ou apenas refém de papéis ruins?

Dakota Johnson está mais uma vez na boca do povo, desta vez com Materialists, novo filme da A24 onde atua ao lado de Chris Evans e Pedro Pascal. Mas, além da expectativa pelo longa, um velho debate ressurgiu na internet: será que Dakota é realmente uma boa atriz, ou só escolhe os papéis errados? Embora já tenha entregado boas atuações, seu nome continua atrelado a produções controversas.
E muito disso vem da sombra de Cinquenta Tons de Cinza, que ainda paira sobre sua carreira. A trilogia escrita por E. L James foi um sucesso comercial absurdo, mas colocou Dakota como um alvo fácil de críticas, muito mais pelo material questionável do que por sua atuação em si. Assim como Robert Pattinson e Kristen Stewart tiveram que lutar para sair da sombra de Crepúsculo, Johnson também precisou provar que não era apenas a “atriz dos filmes eróticos de gosto duvidoso”. E, por um tempo, conseguiu… até Madame Teia destruir o pouco de credibilidade que ela havia recuperado.
Agora, com novos projetos no forno, a dúvida continua: Dakota Johnson é realmente uma atriz ruim ou apenas uma vítima de roteiros duvidosos?
O trauma de 50 Tons de Cinza
Lá em 2015, Dakota se tornou um nome gigante em Hollywood ao protagonizar Cinquenta Tons de Cinza, e durante aqueles 4 anos, ela e seu parceiro de cena, Jamie Dornan, foram criticados pela suposta falta de química e atuações “robóticas”. Não é difícil entender a enxurrada de críticas que os filmes e a atuação de Dakota como Anastasia Steele receberam na época, especialmente porque o roteiro também não ajudava, afinal, ele parecia ter saído diretamente do Wattpad.
E vale lembrar, graças a 50 Tons de Cinza, temos hoje a infame trilogia 365 DNI (o que não é mérito algum). A dinâmica entre Dakota e Jamie também gerou polêmica, e muitos acreditam que o controle criativo do filme estava nas mãos erradas. O começo não foi nada fácil para ela, embora os filmes tenham mais tarde, aberto muitas portas.

Bons filmes que infelizmente ninguém viu
Talvez o problema de Dakota Johnson seja simplesmente falta de sorte quando se trata de filmes para o grande público. Entre um tropeço e outro, ela conseguiu se sobressair em projetos pequenos e mais elogiados. Um ótimo exemplo é Suspíria (2018), um terror psicológico dirigido por Luca Guadagnino (Rivais, Me Chame Pelo Seu Nome), onde Dakota interpreta uma jovem bailarina envolvida em uma misteriosa academia de dança, mostrando um lado muito mais expressivo e hipnotizante da atriz, bem diferente de outros papéis que ela já fez.
Outro grande acerto foi em A Filha Perdida (2021), filme baseado no livro de Elena Ferrante e dirigido por Maggie Gyllenhaal (sim, é a irmã do Jake Gyllenhaal). Aqui, fica claro mais uma vez que o tipo de filme que Dakota realmente consegue brilhar, são aqueles menores, mais intimistas, longe da pressão dos blockbusters. O Falcão Manteiga de Amendoim (2019), Cha Cha Real Smooth (2022) e Está Tudo Bem Comigo? (2024), são ótimos exemplos disso. Muita gente que torce o nariz para a atriz precisaria assistir a esses filmes para mudar a opinião sobre ela.

Madame Teia: uma enorme vergonha no currículo de Dakota Johnson
O execrável Madame Teia (2024) é um caso bem peculiar. O quarteto de protagonistas já expressou diversas vezes seu descontentamento com o longa, antes, durante e após a estreia. Sydney Sweeney (Euphoria), por exemplo, entrou no projeto achando que faria parte do Universo Cinematográfico da Marvel e só depois percebeu que, na verdade, estava no universo bagunçado da Sony com vilões do Homem-Aranha (sem o Homem-Aranha). Pelo menos, entrar nessa roubada ajudou a atriz a conseguir o papel em Todos Menos Você (2024), que virou um dos maiores sucessos da carreira dela.
Já Dakota Johnson, acabou sendo uma das mais prejudicadas. Madame Teia tornou-se mais uma pedra no sapato da atriz, que tenta há anos se desvencilhar do fantasma de Cinquenta Tons de Cinza. O filme foi massacrado pela crítica, e Dakota ainda levou para casa o temido Framboesa de Ouro de Pior Atriz, concorrendo com pesos-pesados, como Lady Gaga, no tenebroso Coringa: Delírio a Dois, e com Cate Blanchett, em Borderlands.
Uma injustiça? Talvez. Mas a verdade é que os filmes mais populares dela sempre acabam sendo essas bombas gigantescas, enquanto seus trabalhos realmente bons, em produções menores e indies, passam despercebidos. Parece que o azar persegue a coitada quando o assunto é blockbuster.

Um futuro (possivelmente) brilhante para Dakota Johnson
Por sorte, Dakota terá mais chances de redenção com o grande público nos próximos meses. Um dos projetos mais promissores é Materialists (Amores Materialistas, no Brasil), uma comédia romântica comandada por Celine Song, diretora do hit indie da A24, Vidas Passadas.
Dessa vez, ela estará no meio de um triângulo amoroso bem interessante, sendo disputada por ninguém menos que Pedro Pascal e Chris Evans. O filme chega aos cinemas em 31 de julho e, se tudo der certo, pode ser a virada de jogo que ela precisa para finalmente emplacar um sucesso comercial popular, em um gênero mais querido pelo público.
A adaptação do best-seller Verity
Mas a grande aposta mesmo é Verity, adaptação de um dos livros mais famosos de Colleen Hoover, que virou febre no booktok. A autora já teve outra obra transformada em filme recentemente, É Assim Que Acaba (2024), estrelado pela polêmica Blake Lively — que, aliás, é casada com Ryan Reynolds, um ator cuja relevância na indústria já debatemos por aqui.
Em Verity, Dakota dividirá a tela com Josh Hartnett e Anne Hathaway em um thriller psicológico cheio de reviravoltas. Se a adaptação fizer jus ao livro, tem tudo para ser um sucesso gigante e dar aquele empurrão que a carreira dela precisa. Quem sabe agora, ela consegue quebrar a maldição de só ser reconhecida como uma boa atriz em filmes indie, e finalmente entrega um hit de respeito no mainstream? Se tudo der certo, a atriz pode, enfim, sair do limbo dos flops em Hollywood.

Enquanto isso, você pode conferir o trailer de Materialists, o próximo filme de Dakota Johnson, que estreia dia 31 de julho deste ano!
No fim das contas, talvez o problema não seja ela, mas sim as bombas que Hollywood insiste em colocar em seu caminho. Mesmo que, o grande público só lembre dela quando está envolvida em produções desastrosas.