“Looney Tunes: O Dia Que a Terra Explodiu” é um divertido lembrete do porquê a Warner não deveria abandonar seus ícones

Em uma época onde animações 2D parecem cada vez mais raras, “Looney Tunes – O Filme: O Dia Que a Terra Explodiu”, chega como um verdadeiro respiro criativo. Cheio da personalidade caótica, humor físico, e cenas que parecem que saíram diretamente dos episódios clássicos que víamos durante a hora do almoço na TV aberta.
É até estranho imaginar que esse filme quase não viu a luz do dia, assim como Coyote vs Acme, por conta das decisões questionáveis da atual gestão da Warner comandada por David Zaslav. Já falamos bastante aqui sobre o descaso com os mascotes da casa, mas depois de ver o longa, dá para ter um pouco de esperança. Quem sabe, com a repercussão e as críticas positivas, o estúdio perceba que ainda vale (muito!) a pena investir nesses personagens.
Um filme 100% animado em pleno 2025? Amém!
Se tem uma coisa que o novo filme dos Looney Tunes acerta em cheio, é apostar com orgulho na boa e velha animação 2D. Em plena era dos longas realistas em CGI, ver um filme totalmente desenhado à mão, com estilo vibrante e exagerado, é nadar contra a maré. Vale lembrar que esse é o primeiro filme 100% animado da franquia a chegar ao cinema — diferente dos dois Space Jam ou do divertido e pouco lembrado Looney Tunes: De Volta à Ação, que misturavam live-action com animação. Aqui, o 2D brilha e mostra que ainda tem espaço nas telonas.
O filme não tenta reinventar a roda quando se trata dos Looney Tunes — e isso é justamente o que faz tudo funcionar tão bem. Ele entende direitinho o que torna esses personagens tão caóticos e adoráveis, e não tem vergonha de ser exatamente isso. Em vez de forçar uma modernização ou tentar parecer “relevante” a qualquer custo, o longa abraça com orgulho o lado mais “lunático” dos personagens, entregando tudo que os fãs de longa data amam, enquanto dá um jeitinho de tentar fisgar também uma nova geração.
Mas fica a dúvida: será que as novas gerações ainda se importam com os Looney Tunes? Talvez a última vez que esses personagens tiveram um destaque de verdade foi com O Show dos Looney Tunes, lá em 2011, no Cartoon Network (que eu, pessoalmente, adoro até hoje). A série marcou uma geração com episódios hilários, que colocavam os personagens em situações do cotidiano, momentos musicais super criativos entre os episódios e, claro, memes como o icônico Patolino mago e sua clássica “calça de shopping”.

Um show de criatividade para os Looney Tunes
A história começa quando um acidente misterioso destrói a casa do Patolino e do Gaguinho, forçando a dupla a arrumar um emprego para bancar o conserto e evitar perder o lugar onde moram. Com a ajuda da porquinha Petúnia, eles conseguem trabalho em uma fábrica de chicletes — que, como não poderia deixar de ser, está no centro de um plano sinistro envolvendo uma ameaça espacial. A partir daí, o filme embarca numa aventura alienígena divertida, maluca, nonsense e cheia de ação exagerada que só os Looney Tunes sabem entregar. A trama pode até não ser a mais original do mundo, mas é contada com tanta leveza e carisma que você nem liga.
O grande charme está na forma como ele usa sua animação como parte da narrativa. Algumas sequências mudam totalmente o visual do filme de forma criativa: homenageando os curtas clássicos, brincando com gêneros como o de invasão alienígena, mexendo com os visuais de seus personagens ou até atualizando a trama para os dias de hoje — como o Patolino tentando virar influencer. Em um cenário onde até animações tentam ser “sérias”, é um alívio ver um filme que abraça a galhofa com tanto orgulho.

Um longa feito com amor e carinho
Se você costuma sair da sala assim que a tela escurece, vale a pena ficar mais um pouco. Os créditos finais trazem uma série de artes conceituais feitas à mão, celebrando a arte tradicional da animação e mostrando o processo criativo. Em um mercado tão viciado em animações 3D CGI, isso não só é nostálgico, mas também mostra como esse projeto foi feito com carinho de verdade.
E já que estamos falando em homenagens, a trilha sonora também merece ser comentada. A clássica música tema dos Looney Tunes vai surgindo aos poucos durante o filme, quase escondida, como se estivesse se preparando para o grande momento. E quando finalmente explode em uma cena hilária com o Patolino, é impossível não se arrepiar ou soltar um sorrisinho de canto. É aquele tipo de momento que mexe no coração de quem cresceu com esses personagens.

Um presente para os fãs de Looney Tunes e um lembrete para a Warner
No fim, “O Dia Que a Terra Explodiu”, acaba sendo uma grande celebração aos Looney Tunes e seu estilo irreverente, e isso é exatamente o que o torna tão especial. O filme entende os personagens, e os trata com o carinho que a própria Warner parece ter esquecido. Mas a grande questão é: será que isso basta para tirar os Looney Tunes do limbo?
Mesmo com um filme tão divertido, bem-feito e fiel à sua identidade, não há garantia nenhuma de que a Warner vai voltar a investir nesses personagens a longo prazo. Torçamos para que o sucesso crítico faça barulho suficiente nos corredores do estúdio. Com Coyote vs. Acme finalmente ganhando uma chance (graças à Ketchup Entertainment) e um novo longa animado em CGI 3D anunciado, talvez os executivos — inclusive David Zaslav — comecem a olhar com mais carinho para a franquia, mesmo em meio aos cortes de gastos.
O filme chega em 24 de Abril nos cinemas brasileiros, não perca! E você, acha que “O Dia Que a Terra Explodiu” vai fazer a Warner enxergar finalmente o valor dos Looney Tunes? Ou ainda vão ficar esquecidos na gaveta? Conta pra gente nos comentários!