“Phineas e Ferb” voltou com novos episódios. Vale a pena conferir?

Além de suas séries live-action, o Disney Channel é muito conhecido por suas produções animadas, como “Kim Possible” e “Jake Long: O Dragão Ocidental”, mas nenhuma delas fez tanto sucesso quanto a sensacional “Phineas e Ferb”.
Criada por Dan Povenmire e Jeff “Swampy” Marsh em 2007, a história girava em torno de dois meio-irmãos extremamente inteligentes que, durante todo o período das férias, criavam invenções mirabolantes em seu quintal, como montanhas-russas e casas na árvore robôs. Enquanto isso, o ornitorrinco de estimação dos meninos agia como agente secreto, impedindo os planos malignos do Dr. Doofenshmirtz.
Durante 8 anos, o programa teve quatro temporadas e 137 episódios. Além disso, houve um spin-off em formato de talk show chamado “Take Dois com Phineas e Ferb” e dois filmes: “Phineas e Ferb: Através da 2ª Dimensão”, de 2011, e “Phineas e Ferb: Candace Contra o Mundo”, de 2019.
Continuando a tendência atual de “traga tudo o que já fez sucesso de volta”, a Disney anunciou, em janeiro de 2023, que as aventuras dos personagens retornariam para mais duas temporadas, quase uma década após o episódio final.

NINGUÉM PEDIU, MAS VEIO AÍ…
A grande verdade é que o desenho não precisava de uma continuação. O antepenúltimo capítulo da série, “Aja Como Alguém da Sua Idade”, que mostrava os personagens já adolescentes e Phineas finalmente descobrindo os sentimentos de Isabella por ele, serviu como um perfeito encerramento. Mexer em algo que terminou bem é quase sempre um grande erro.
Isso ainda considerando o fato de que, segundo minha opinião, o show já estava decaindo em qualidade perto dos seus dias finais. Até mesmo “Candace Contra o Universo”, para mim, é extremamente inferior ao longa da segunda dimensão.
Todavia, fico extremamente satisfeito em admitir que eu estava errado. Os três primeiros episódios da quinta temporada de “Phineas e Ferb” mostraram que ainda há muita lenha para queimar e, bom, qual o problema de apresentar a obra para uma nova geração?
O retorno, intitulado no original “Summer Block Buster”, chegou com os dois pés na porta. Nele, as coisas saem um pouco do padrão normal e, em vez das invenções dos meninos desaparecerem antes de sua mãe chegar em casa, é ela quem acaba sumindo. Descobrimos também que Doofenshmirtz voltou a ser do mal.
A primeira cena, inclusive, chegou a viralizar por mostrar Phineas e Ferb na escola, algo que nunca havíamos visto antes. Seria até interessante se isso fosse explorado mais um pouco, até para mudar os ares. Sei que “são três meses de férias que passam depressa…”, mas não custava nada mostrar os dois conciliando os estudos com suas invenções, seria toda uma nova leva de possibilidades para roteiros.
Eles perderam essa chance, porém aproveitaram outra. Stacy, a melhor amiga de Candace, já sabia do segredo de Perry, mas agora ela tornou-se uma agente também, com direito a música tema e tudo. Ela é a “Agente T (de Teen)”. Essa parte ainda não foi lançada no Brasil, então não sabemos como ficará na dublagem.
Falando em dublagem, Ashley Tisdale (“High School Musical”) e Vincent Martella (“Todo Mundo Odeia o Chris”) retornaram no áudio original. Todo o elenco principal da versão brasileira se manteve; entretanto, tive um estranhamento no começo, já que, com o tempo passando, também houve mudança na voz dos dubladores.
A verdade é que essa continuação era uma receita pronta para o desastre, assim como o reboot de “iCarly”, mas, para muito além da nostalgia, “Phineas e Ferb” conseguiu mostrar novamente a razão de ter sido um dos programas infantis mais bem-sucedidos deste século. O humor presente nas cenas é inteligente e bem construído, provocando risadas em crianças, mas também em homens barbudos.