Gilberto Gil recebe chave da Cidade do Livro na 40º Bienal do Rio
A Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro desse ano foi especial por diversos motivos. Além de ser a primeira edição pós-pandemia, também marcou o aniversário de quarenta anos do evento.
Destacou-se pelo recorde tanto de visitantes, quanto de vendas. A bienal contou com vários convidados ilustres e conversas relevantes sobre literatura e cultura.
Encerrando o último dia, no domingo (10), ocorreu na Estação Plural a Ciranda Literária com a participação de membros da Academia Brasileira de Letras. A reunião foi mediada pela atriz e escritora Fernanda Montenegro e contou com uma homenagem a Gilberto Gil.
O cantor, um dos maiores nomes da música brasileira, recebeu a chave cultural da Cidade das Artes. A responsável pela entrega foi a estudante Ana Cláudia Santana de Moraes, que chegou a ler uma poesia de sua autoria e se emocionou ao se dirigir a Gil.
“Ser multicultural é quebrar barreiras, desconstruir preconceitos e abrir as fronteiras. É enxergar a beleza em cada diferença e valorizar a riqueza que cada um alcança.”
Trecho recitado por Ana Cláudia.
Após a homenagem, os presentes tiveram a honra de ouvir o artista apresentar três canções, incluindo o sucesso “Aquele Abraço”, o ponto alto para os que ficaram horas na fila em busca de uma pulseira para entrar no espaço.
Nós, do Blog Amargurado, estivemos no evento para a cobertura e preparamos um vídeo para você ficar por dentro de tudo o que aconteceu nas últimas horas da Bienal. Confira:
A GRANDEZA DE GILBERTO GIL
Gilberto Gil começou sua trajetória na música aos dezoito anos de idade. Uma das maiores vozes do movimento tropicalista, teve uma carreira repleta de sucessos e de aclamação.
O baiano foi duas vezes vencedor do Grammy Awards, premiação mais relevante da música, e, no Grammy Latino, já recebeu o prêmio de “Personalidade do Ano” em 2003.
Entre alguns de seus marcos, podemos citar sua nomeação como “Artista da Paz” em 1999 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), sua luta durante o período da ditadura militar no Brasil, que levou à sua prisão e exílio, além de sua participação como Ministro da Cultura nos primeiros mandatos do presidente Lula.
Na literatura, lançou obras com outros autores, como em “Gilberto bem perto” (2013) e “Todas As Letras” (2022). Ele se tornou membro da Academia Brasileira de Letras em abril de 2022 ocupando a cadeira de número vinte.
ENCONTROS DA BIENAL DO RIO
Além da Ciranda Literária, dezenas de outros painéis e discussões ocorreram durante os dez dias de Bienal, juntando atrações nacionais e estrangeiras.
Entre os nomes que chamaram maior atenção podemos citar as autoras de fantasia Holly Black e Cassandra Clare, ambas da Editora Record, que completava quinze anos anos de existência. Conhecidas por obras como “Príncipe Cruel” e “Cidade dos Ossos”, as duas levaram multidões ao primeiro final de semana e participaram de um concurso de fantasias com os fãs.
A autora Julia Quinn, da série “Os Bridgertons”, e o autor Raphael Montes, de “Dias Perfeitos” e “Bom Dia, Verônica”, também entram na lista dos mais comentados.
A comemoração de quatro décadas do maior encontro da literatura no Brasil recebeu mais de 600 mil visitantes, e mais de cinco milhões de exemplares de livros foram vendidos, provando, mais uma vez, que a literatura tem espaço e merece receber investimento.
E você, leitor, visitou a Bienal em algum dos finais de semana? Se sim, comente seu momento preferido do evento!
Meu sonho ter ido na Bienal 2023, faz tempo que eu não vou. Eu acho que faz todo sentido o Gil ter recebido a chave cultural da Cidade das Artes, não tem ninguém mais a cara desse projeto do que ele, que é um ícone da cultura brasileira.
Concordo, Lara. Espero que você consiga ir nas próximas edições da Bienal, é um evento incrível!