“Não Solte”: se esforça para mesclar horror com crença do laço familiar
Não Solte é estrelado por Halle Berry, interpretando June, e seus dois filhos Nolan e Samuel, estrelados por Percy Daggs IV e Anthony B. Jenkins. Na trama, Halle interpreta com perfeição uma mãe desesperada que tenta sustentar seus dois flhos em meio ao caos de um possível fim do mundo.
Apesar do filme ter uma premissa não muito fora da caixa e com um tema ‘previsível’, alguns pontos acabam passando e você até se interessa pela história. Dirigido por Alexandre Aja, o thriller psicológico se propõe a apresentar uma mãe e seus filhos, ilhados em uma casa rodeada por uma floresta e longe do espaço urbano. O motivo? Sengundo ela, um mal assola a humanidade, fazendo com quem toque esse possível mal, cometa coisas terriveis consigo mesmo.
Parece algo familiar? Talvez o filme Caixa de Pássaros (2018) faça você ter essa impressão. No entanto, a verdade é que o longa se esforça para tentar mesclar o horror com a crença do laço familiar e ainda sim falha miseravelmente. Ao reforçar o imaginário mágico de uma casa construída pelo seu pai, meio do nada por amor à sua mãe doente, June retorna em busca de proteção para seus dois filhos quando passa por um período difícil.
Enredo? Que enredo?
Na trama eles não podem sair da proteção da casa, e quando precisam buscar suprimentos, podem ao máximo ir onde uma corda ligada a ela permite. Enquanto isso, os dois meninos, Nolan e Sam crescem sem saber toda a verdade. A história se afunila quando Nolan questiona a existência deste mal.
Aqui eu preciso destacar a fofura que é ver os dois pequenos atuando, enquanto você assiste, realmente sente uma conexão ente os dois meninos. No entanto, isso não acontece com a relação dos filhos com a mãe. E isso fica impresso tanto nas conversas, quanto em momentos trágicos. Eles superam até que bem rápido, ou pelo menos começam a se preocupar com outas coisas.
A realidade é que a trama tenta trazer uma visão generosa da relação de laços familiares, sobre a importância dos jovens ouvirem os pais e suas experiências de vida. Eles largam de mão outros aspectos, deixaindo personagens como William Catlett de lado, que aparece apenas para pincelar os momentos de surtos da mãe. É uma mistura da fé com pequenas tentativas de assustar. A existencia dessa entidade do “mal”, que fica sondando uma pessoa, e parece estar ligada à uma crença religiosa, de que o “Diabo”, está te tentando, mas só a familia e a segurança do lar é capaz de afastá-la. Se isso não for um discurso de um pastor, eu não sei o que é.
E não me ententa mal, não há problema algum em trazer discursos religiosos para um filme, meu problema é com quem faz isso e esquece que o público cresceu e cresce ouvindo isso. A pergunta que fica ao sair do filme é: Tá mas e aí? O que eu faço com essas horas gastas da minha vida, se eu já sabia disso tudo?
Alguma coisa se salva?
No mínimo o que salva em “Não Solte” é ver uma hambientação bem feita e um cenário realístico. Não poderia esperar menos do que vi sobre uma casa velha no meio do nada. Apesar de tudo, acredito que seja um filme que valha a pena ser visto, para pelo menos comparar com outras produções da Paris Filmes. O longa estreia hoje, (07) de novembro nos cinemas.
Assista ao trailer completo:
Trailer oficial de “Não Solte”